domingo, 11 de setembro de 2016

FI(LME INDICADO A RAINHA MARGOT;Ao olhar pela janela, as ruas de Paris parecem calmas, vazias. O silêncio, no entanto, engana. Pouco antes da meia noite, os sinos de uma igreja próxima ao palácio do Louvre dão o sinal para tropas que avançam na sombra. Os momentos seguintes são de pânico, gritos medonhos, lutas de espada, corpos seminus espalhados pelo chão, pescoços degolados e eventuais fugitivos, que correm ensanguentados e atônitos. Na passagem de 23 para 24 de agosto de 1572, há exatos 440 anos, acontecia a noite de São Bartolomeu, um dos principais massacres da história da França. Sob ordens do rei Carlos IX, católicos assassinaram cerca de três mil protestantes. O episódio ocorrido durante as guerras de religião (1562-1592) foi retratado pelo romance A rainha Margot (1845), de Alexandre Dumas, adaptado fielmente para o cinema pelo diretor Patrice Chéreau, em 1993. Margot, interpretada pela encantadora atriz Isabelle Adjani, é o apelido de Margarida de Valois (1553-1615), irmã de Carlos IX e filha do rei Henrique II com Catarina de Médecis. A posição nobre fez com que ela testemunhasse e fizesse parte – ainda que forçosamente – das disputas por poder alimentadas pelos conflitos religiosos. Menos de uma semana antes da noite de São Bartolomeu, Margot havia sido obrigada a se casar com o líder protestante Henrique de Navarra (Daniel Auteil), numa tentativa de manter a paz no reino. Logo no início do filme, Margot avisa ao marido: “É um casamento pela paz. Ninguém me obriga a dormir com você”. A união, idealizada por Catarina de Médecis, de nada adiantou para diminuir a tensão no reino. O filme não mostra, mas a rainha-mãe já havia feito Carlos IX assinar, dois anos antes, o tratado de Paz de Saint-Germain, concedendo liberdade de culto aos protestantes em regiões específicas e permitindo que eles fossem admitidos em empregos da administração pública. No entanto, os católicos não gostaram das concessões e os protestantes não as acharam suficientes. E o conflito continuou. A origem das disputas, que aconteciam também em outros países da Europa, está no ano de 1517, quando Martinho Lutero proclamou seu rompimento com a Igreja Católica. João Calvino, em Genebra, logo o seguiu, inspirando e coordenando os protestantes franceses. Os massacres pelo reino foram generalizados. Catarina de Médecis foi uma figura importante na busca pela paz. No filme, no entanto, o destaque é dado a seu lado manipulador, brilhantemente encarnado pela atriz italiana Virna Lisi. Ela aparece como culpada pela morte de pelo menos três importantes personagens históricos, incluindo o próprio filho, Carlos IX. No longa-metragem, na obra de Dumas e, possivelmente, também na vida real – como ilustram livros como Histoire de France, de Pierre Miquel -, a rainha-mãe teria encomendado o assassinato do almirante Coligny, importante chefe protestante. Dumas relata a grande admiração que Carlos IX tinha pelo almirante, chamando-o inclusive de “meu segundo pai”. Na adaptação para o cinema, fica claro que Catarina não teria gostado da aproximação, que permitia a Coligny ter forte influência sobre o rei. No dia 22 de agosto, a tentativa de assassinato acabou falhando e, ao ser descoberta pelos protestantes, gerou grande revolta. A partir deste ponto, outro personagem que ganha espaço no filme é o estranho rei Carlos IX (Jean-Hugues Anglade). Instável, infantil e certamente despreparado para o posto, ele vive cansado da influência da rainha-mãe e dos interesseiros à sua volta. Sem saber como reagir à provável revolta protestante depois do atentado a Coligny, é influenciado por Catarina e ordena que todos os chefes da religião sejam assassinados. Henrique de Navarra é um dos únicos a escapar da morte ao abandonar o protestantismo e se tornar católico. Ele repetiria o gesto alguns anos depois, já como Henrique IV da França, e diria a famosa frase: “Paris bem vale uma missa”.

Análise do filme A Rainha Margot, de Patrice Chéreau

O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a Noite de São Bartolomeu, que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot. O filme, que retrata esse trágico acontecimento, é baseado num romance de Alexandre Dumas.
Catarina de Medici propõe um casamento (de fachada) entre sua filha Margot e o rei de Navarra, feito rei em nome do assassinato de sua mãe, rainha Joana, aos mandos de Catarina. Enquanto a noite do casamento se transcorre, um banho de sangue lava Paris com os pescoços de milhares e milhares de protestantes (chamados também de huguenotes). Carlos IX não resiste a uma doença que o fazia transpirar sangue (comparável a Jesus no Monte das Oliveiras) e Danjou, seu irmão assume o trono da França.
Margot, a princípio, recusa-se a aceitar Henri como seu marido. Ele não a força, não a condena, sabe de sua fama e mesmo assim propõe uma aliança entre os dois. Depois da morte de quase todos os seus amigos e líderes do movimento protestante, Navarra é condicionado a viver apenas dentro das paredes do Louvre.
Danjou não governa mais que 14 anos (preconizados por um “vidente” ao meio da trama) e ascende finalmente ao trono Henri IV, o primeiro da dinastia Bourbon.
Como estudado em aula, Catarina de Medici é a soberana que fez com que O Príncipe de Maquiavel existisse na prática; vivia para a opção de ser antes temida do que amada e não media astúcia e crueldade para atingir seus objetivos. Depois da Noite de São Bartolomeu, conseguiu guiar soberana sem objeções civis (até a tomada do trono por Navarra).
Margot apresenta-se misteriosa; fria com uns, transigente com outros, indecisa, mas fiél, triste, confusa, e mesmo assim uma mulher de personalidade forte como se já tivesse visto e ouvido muita coisa dessa vida vã da corte do Louvre. Apaixona-se por La Môle, um protestante que escolhe na rua, ampara-o durante o massacre e torna-se seu amante por um consideravel tempo.
As relações incestuosas, a falta de escrúpulos, as cabeças cortadas e as mentiras não consegiram provar-me muito mais daquilo que já me parece tão evidente depois de quase um semestre de estudos jurídicos: direito é força. Tanto melhor que os mais fortes sejam também os mais justos, já dizia Bobbio. Infelizmente não é essa a situação da França durante o momento histórico do filme.
Tenho que aproveitar o momento e dizer que as cenas me absorveram toda a atenção, é um filme muito bem conduzido e escolhido e agradeço pela oportunidade que nos foi dada em assisti-lo.
* Gisele Witte, Acadêmica de Direito da UFSC, Estagiária no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Gabinete Des. João Batista Góes Ulysséa, Segunda Câmara de Direito Comercial, Organizadora do VI Congresso de Direito da UFSC


La Reine Margot (no Brasil e em Portugal, A Rainha Margot) é um romance histórico escrito por Alexandre Dumas e publicado em 1845. É a primeira parte de uma série de livros que se convencionou chamar Os Romances Valois, que é seguida por A Dama de Monsoreau e Os Quarenta e Cinco. A série abrange um período histórico que vai desde o final do reinado de Carlos IX, rei de França, com ênfase na perseguição aos huguenotes e na Noite de São Bartolomeu, (período abordado por A Rainha Margot) até o de seu irmão, Henrique III, último rei da dinastia Valois. Foi escrito em colaboração com Auguste Maquet.

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

A ação do romance vai desde o casamento de Margarida de Valois, irmã do Rei Carlos IX de França, com Henrique de Navarra, futuro Rei Henrique IV de França, em 1572, até a morte de Carlos IX, em 1574.
Alexandre Dumas coloca em cena as intrigas palacianas, o assassinato de Gaspar II de Coligny, o massacre do Dia de São Bartolomeu, o idílio inventado entre a rainha de Navarra e oConde de la Mole assim como a prática da tortura judiciária durante o Renascimento. Dumas faz da rainha Catarina de Médicis, mãe de Margarida e de Carlos IX, uma figura inquietante, que se serve de seu astrólogo e perfumista Côme Ruggieri para assassinar seus inimigos.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Gtk-paste.svg Aviso: Este artigo ou se(c)ção contém revelações sobre o enredo.
Acerta-se o casamento entre Margarida de Valois e Henrique de Navarra, com o intuito de estabelecer a paz entre protestantes e católicos em uma época sacudida por guerras religiosas. O casamento da irmã de Carlos IX é ocasião para grandes festas na França e notadamente em Paris, onde o povo rejubila-se.
Nesta ocasião, o rei de Navarra e o almirante Gaspar II de Coligny reúnem a sua volta todos os grandes chefes huguenotes e creem em uma paz possível.
O Massacre de São Bartolomeu, segundoFrançois Dubois
No entanto, para além da política, casam-se dois seres humanos que não se amam e pode-se observar, desde o início do romance, que cada um dos esposos possui outras ligações afetivas. Se a noite de núpcias não serve de ocasião para a consumação do casamento, ela é testemunha de uma aliança política estabelecida entre o rei e a rainha da Navarra, unidos pela mesma ambição pelo poder. A fidelidade (política) de Margarida em relação a seu marido é rápidamente provada, já que ela apela pela vida de Henrique quando do Massacre de São Bartolomeu, durante o qual Carlos IX, instigado por sua mãe, Catarina de Médicis, faz assassinar os grandes chefes protestantes reunidos em Paris para o casamento, com exceção dos príncipes de sangue, o Príncipe de Condé e o Rei de Navarra.
No entanto, o horrendo massacre faz também com que Margarida encontre o Conde de la Mole, senhor protestante vindo até Paris para oferecer seus serviços a Henrique de Navarra. Os dois estabelecem uma ligação amorosa. Porém a saúde de Carlos IX degrada-se, segundo Dumas devido ao veneno colocado por Catarina de Médicis nas folhas de um livro de caça endereçado a Henrique de Navarra e que o rei folheia indevidamente, suspeita-se de um complô e, já que há a necessidade de culpados, o amante de Margarida é preso, torturado e executado. Carlos IX morre e é sucedido pelo irmão, Henrique, coroado como Henrique III.

Fontes do romance[editar | editar código-fonte]

As fontes primárias de que dispunha Dumas (e sobretudo Maquet) para servir à história da Rainha Margot foram:
  • Discours sur Marguerite de Valois ("Discurso sobre Margarida de Valois", em português), em La Vie des dames illustres (1590-1600), Brantôme [1]
  • Les Mémoires de la Roine Margverite("As Memórias da Rainha Margarida", em português), surgidas ao final dos anos de 1620 e reeditadas diversas vezes[2]
  • Le Divorce Satyrique de la Reyne Marguerite ("O Divórcio Satírico da Rainha Margarida", em português)(1663) encontrado nas Memórias de Agrippa d’Aubigné
  • La Reine MargueriteHistoriettesGédéon Tallemant des Réaux (cerca de 1659)

Posteridade[editar | editar código-fonte]

O romance contribuiu para reforçar a fama sombria de Catarina de Médicis e a reputação frívola da Rainha Margot.[3]
Foi levado às telas por:

Personagens[editar | editar código-fonte]

Personagens históricos citados por Dumas[editar | editar código-fonte]

Principais personagens[editar | editar código-fonte]

  • Conde de La Mole
  • Margarida ( Rainha Margot )
  • Henrique de Navarra
  • Catarina ( Mãe de Margarida )
  • Carlos IX

Referências

  1. Ir para cima Texto "on-line" (em francês)
  2. Ir para cima Artigo (em francês)
  3. Ir para cima Ver Marguerite de Valois, la reine Margot (em francês) de Éliane Viennot, 2005, ISBN 2262023778





































































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