segunda-feira, 28 de novembro de 2016

COMERREZAREESCREVER I
























































































































































































































































































RESUMO: O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA



O desenvolvimento histórico da burguesia como classe social, surgiu do declínio da sociedade feudal, mas não aboliram a sociedade de classes, as lutas históricas de classes. A moderna sociedade burguesa apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de lutas no lugar das antigas.

Como sempre houve a luta entre opressores e oprimidos, na nossa época de burguesia, mesmo com o antagonismo simplificado de classe há duas classes inimigas, diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.

As grandes navegações, as novas descobertas continentais fizeram com que através dos servos da Idade Média surgisse a burguesia livre das primeiras cidades. Com o mercado de trocas e o aumento do numero de mercadorias trouxeram uma prosperidade para o comércio, a navegação e a indústria e com isso desenvolveram elementos essenciais e revolucionários dentro da sociedade feudal em desintegração.

Com o surgimento de novos mercados a forma tradicional, feudal ou corporativa, de funcionamento da indústria não consegue abastecer as necessidades crescentes de consumo. Surge assim a manufatura. Então o mestre de corporações é substituído pelo pequeno industrial e a divisão do trabalho corporativo é substituída pelo trabalho no interior das oficinas.

Quando a manufatura já não consegue suprir o mercado consumidor cada vez mais crescente, o vapor e a maquinaria começam a revolucionar a produção industrial. Isso fez surgir à grande indústria moderna e no lugar dos pequenos produtores surgiu os grandes industriais que se tornaram milionários, chefes de exércitos industriais inteiros, esses eram os burgueses modernos donos dos meios de produção.

A burguesia moderna é produto de um longo processo, moldada por uma série de mudanças nas formas de produção, circulação. Já que com o seu desenvolvimento surge também a grande indústria, o mercado mundial, o desenvolvimento do comercio, das navegações e das comunicações. Cada uma dessas etapas de desenvolvimento da burguesia foi acompanhada por um processo político, o que fez sua própria evolução política, pois conquistou o domínio político exclusivo no estado representativo moderno. Isso porque a burguesia desenvolveu historicamente um papel revolucionário.

A burguesia inseriu no lugar da exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas uma exploração aberta, sem vergonha, uma relação de troca, dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca. Das relações feudais, patriarcais e idílicas foram transformadas em uma determinada liberdade de comércio. Assim todas as formas de trabalho forma resumidas ao trabalho assalariado, uma relação monetária.

A burguesia não existiria se não fossem suas grandes construções, suas revoluções e constantemente sem as relações de produção, os instrumentos para a produção, e por conseqüência as relações sociais. Ela exprime seu caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países, pela exploração do mercado mundial, onde desenvolve uma comercialização na qual quem produz o objeto industrializado não é quem produz a matéria prima. Isso faz com os produtos sejam vendidos para outros países e não só para o país industrializados, em contrapartida as matérias primas utilizadas pelas indústrias são provenientes das regiões mais distantes. 

Então, no lugar da auto-suficiência e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. As ciências, os produtos intelectuais, as literaturas passam a ter caráter mundial, ou seja, passa a ser de domínio geral. A burguesia molda assim o mundo ao seu bel prazer, a sua própria imagem, obriga as nações a adotarem o seu modo, força a introdução da chamada civilização, forçando todos a se tornarem burgueses. A burguesia criou cidades cada vez mais bonitas e prometedoras, submetendo o campo à cidade, causando o êxodo rural e o inchaço urbano. Assim, também submeteu alguns povos aos chamados civilizados, o Oriente sob o Ocidente, entre outros. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos, causa da centralização do poder político. Criou um único interesse de classe nacional e uma única fronteira aduaneira. Com o aumento da produção surge a livre concorrência. 

A epidemia da superprodução causa revolta das forças produtivas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que constituem as condições vitais da burguesia e de seu domínio. Nessas Crises grande parte não só da produção, mas também das forças produtivas são destruídas. Exemplo o que ocorreu com o café no Brasil, quando houve superprodução teve que ser queimadas várias sacas. 

A burguesia consegue superar crises pela destruição forçada de grande quantidade de forças produtivas, por meio da conquista de novos mercados e da exploração intensa de mercados antigos. Através da preparação de crises mais violentas e da limitação de formas de evitá-las. Assim a burguesia prova do próprio veneno que usou contra a sociedade feudal. E os homens usam as armas produzidas por ela contra ela: os trabalhadores modernos, os proletários.

Assim a classe dos trabalhadores modernos se desenvolve, com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital.  Esse proletariado são forçados a se vender diariamente, constituem como uma mercadoria qualquer, vulneráveis a todas as vicissitudes da concorrência da concorrência, a todas as turbulências do mercado. Os custos do trabalhador se resumem aos meios de subsistências de que necessita para se manter e se reproduzir. São oprimidos não apenas pelo Estado burguês, mas são oprimidos todos os dias e horas pela máquina, pelo supervisor e, sobretudo, pelos próprios donos da fábrica. Isso pelo objetivo único, o lucro. 

O trabalho dos homens é substituído pelo das crianças e mulheres, o salário varia conforme idade e o sexo. Assim os trabalhadores começam a se rebelarem, mas não contra o sistema, mas não contra o sistema e sim contra a exploração demasiada. Os trabalhadores começam a formar associações contra a burguesia, lutam juntos para assegurar seu salário. Fundam organizações permanentes, em alguns lugares ocorrem lutas e revoltas.

A burguesia vive em conflitos permanentes: inicialmente contra a aristocracia; mais tarde, contra segmentos da própria burguesia, cujos interesses passaram a se opor ao progresso da indústria dos demais países. A sociedade já não consegue mais viver sob o domínio da burguesia, isto é, a existência desta já não é mais compatível com a sociedade. De todas as classes que hoje se contrapõe à burguesia, só o proletariado constitui uma classe realmente revolucionaria. Já que as classes médias são conservadoras, reacionárias.



II- Proletários e comunistas

O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo dos demais proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada do domínio da burguesia, a conquista do poder político pelo proletariado. Assim, a supressão da propriedade não é algo que diferencia o comunismo. As relações de propriedade sempre passaram por mudanças e transformações históricas. Os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada.

Acusam os comunistas de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada por meio do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda liberdade, de toda atividade e de toda autonomia individuais. A propriedade, em sua forma atual, move-se no antagonismo entre capital e trabalho. 

O capital é transformado em propriedade comum, pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade individual que se transformou em propriedade social. Apenas o caráter social da propriedade se transforma. Ela perde seu caráter de classe.

Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é apenas um meio para ampliar, enriquecer e incentivar a existência do trabalhador. O capital é autônomo e pessoal, enquanto o individuo que trabalha não tem autonomia nem personalidade.

Alega-se, com a abolição da propriedade privada, toda atividade seria paralisada e a preguiça se disseminaria. A abolição da propriedade burguesa e a concepção burguesa de liberdade, educação, direito etc. Essas idéias são produtos das relações burguesas de produção e de propriedade, assim como o direito não é nada mais que a vontade de sua classe erigida em lei, uma vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vida da sua própria classe.

A família atual burguesa se baseia no capital, no lucro privado. Na sua plenitude, ela existe apenas para a burguesia; mas encontra seu complemento na ausência forçada de família entre os proletários e na prostituição. A família dos burgueses desaparece naturalmente, com o desaparecimento desse seu complemento, e ambos desaparecem com a abolição do capital.

Os comunistas são acusados de abolir a família. Também são acusados de desejar abolir a exploração das crianças pelos pais, crimes que eles confessam. Os comunistas não inventaram a interferência da sociedade na educação; eles apenas modificam seu caráter e tiram a educação da influencia da classe dominante.

O palavrório burguês sobre família e educação, sobre a relação estreita entre pais e filhos, tornam-se tanto mais repugnantes quanto mais a grande indústria rompe todos os laços familiares dos proletários e as crianças são transformadas em simples artigos de comercio e instrumentos de trabalho. O burguês vê sua mulher como mero instrumento de produção. O casamento é, na verdade, a comunidade das esposas. Os comunistas desejam introduzir, no lugar de uma comunidade de mulheres oculta e hipócrita, outra oficial e sincera. É evidente que, com a abolição das relações atuais de produção, também a comunidade de mulheres que delas decorem, quer dizer, a prostituição oficial e não oficial, desaparecerá.

Os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Para eles os trabalhadores não têm pátria. Não se lhes pode tomar uma coisa que não possui. Porém, ao conquistar o poder político, ao se constituir em classe dirigente nacional, o proletariado precisa-se constituir ele mesmo em nação; assim ele continua sendo nacional, embora de modo algum no sentido burguês.

À medida que a exploração de um indivíduo por outro for abolida também o será a exploração de uma nação por outra. Com o fim do antagonismo de classe no interior das nações, desaparecem também a hostilidade das nações.

Será necessária inteligência tão profunda para entender que, com a mudança das condições de vida das pessoas, das suas relações sociais, de sua existência social, também se modificam suas representações, concepções e conceitos, em suma, também sua consciência. 

As idéias dominantes de uma época sempre foram às idéias de uma classe dominante. O comunismo quer abolir as verdades eternas, suprimir a religião e a moral, em vez de lhes dar uma nova forma; portanto, ele contradiz toda evolução histórica anterior. A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade remanescentes; não é de se espantar que, em seu desenvolvimento, rompa-se de modo mais radical com as idéias do passado.

No lugar da velha sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surge uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto para o livre desenvolvimento de todos.



III Literatura Socialista de Comunista

1-O socialismo reacionário

a) O Socialismo Feudal

A aristocracia francesa e inglesa não podendo travar uma luta política contra a moderna sociedade burguesa, utiliza a literatura para lutar. Ela viu-se obrigada a deixar aparentemente de lado seus interesses específicos, passando a formular, contra a burguesia, acusações que eram de interesse da classe trabalhadora explorada. Dedicou-se, assim, ao prazer de compor canções injuriosas e sussurrar profecias mais ou menos sinistras no ouvido de seu senhor. Deste modo surgiu o socialismo feudal, com características do passado almejando um bom futuro.

Quando os feudais demonstram que sua forma de exploração era diferente daquela adotada pela burguesia, esquecem que eles exploram em circunstâncias e condições completamente diferentes, hoje existentes apenas como resquícios. Quando ressaltam que durante seu domínio não existia o proletariado moderno, esquecem que a moderna burguesia foi um fruto necessário de sua ordem social. Sob o regime da burguesia surge uma classe que vai mandar pelos ares toda a velha ordem social. Eles não acusam a burguesia de ter criado o proletariado, mas, sobretudo de ter criado um proletariado revolucionário.

b) O socialismo pequeno-burguês

A aristocracia feudal não foi à única classe derrubada pela burguesia e cujas condições de existência se degeneraram na sociedade burguesa moderna. Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essas classes ainda vegetam, ao lado da burguesia em ascensão. Há uma pequena burguesia entre o proletariado e a burguesia que no comércio, na manufatura, na agricultura, são substituídos por supervisores e empregados. 

O principal representante do socialismo pequeno-burguês é Sismondi. Esse socialismo esmiuçou as contradições inerentes às modernas relações de produção. Um socialismo que almeja restabelecer os antigos meios de produção e de circulação e com, eles, as relações de propriedade e a sociedade antiga, ou aprisionar violentamente os meios modernos de produção e de circulação nos marcos das antigas relações de propriedade, esse socialismo é utópico e reacionário. 



c) O socialismo alemão ou “verdadeiro” socialismo

Foi introduzida na Alemanha na época em que a burguesia apenas começara sua luta contra o absolutismo feudal. As expressões de vontade da burguesia revolucionária francesa significavam a verdadeira vontade humana. 

Os literatos procederam inversamente à literatura francesa profana. Escreveram atrás da critica francesa das funções do dinheiro “alienação da existência humana”, da critica francesa do Estado burguês “eliminação do poder da universalidade abstrata”, e assim por diante. O socialismo é diferente do capitalismo francês. O socialismo alemão levava a sério seus exercícios escolares e foi aos poucos perdendo sua inocência pedante.

Além de o verdadeiro socialismo ser uma arma na mão dos governos contrários a burguesia, ele também representou diretamente um interesse reacionário, o da pequena burguesia retrógrada. O “verdadeiro” socialismo serviu aos governos absolutos alemães e seu grupo de religiosos, professores, fidalgotes rurais e burocratas. Esse socialismo compreendeu cada vez mais sua vocação: ser o representante patético dessa pequena burguesia retrógrada.



2- O socialismo conservador ou burguês 

Esse socialismo burguês foi elaborado até formar sistemas completos. Os socialistas burgueses querem as condições de vida da sociedade moderna, sem os conflitos e os perigos que dela necessariamente docorrem. Desejam a sociedade atual, subtraindo dela os elementos revolucionários e que contribuem para sua dissolução. Querem a burguesia sem o proletariado. 

O socialismo burguês só atinge uma expressão adequada quando se reduz a uma simples figura retórica. Esse socialismo da burguesia reduz-se à afirmação de que os burgueses são burgueses, no interesse da classe operária.

3- O socialismo e o comunismo crítico-utópicos

Os sistemas propriamente socialistas e comunistas aparecem na primeira fase, pouco desenvolvida, da luta entre o proletariado e a burguesia. A evolução do conflito de classes acompanha o desenvolvimento da indústria, os socialistas e comunistas utópicos não encontram as condições materiais para libertação do proletariado e procuram uma ciência social, leis sociais, que crie essas condições.

Os escritos socialistas e comunistas contêm elementos críticos que atacam os fundamentos. A importância do socialismo utópicos esta e razão inversa ao desenvolvimento histórico. À medida que luta de classes se desenvolve e ganha formas mais definidas essa tentativa fantasiosa abstrai-se dela, perde todo valor prático e toda justificativa teórica.



IV – Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição



Os comunistas lutam pelos objetivos e interessem mais imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, representam no movimento atual o futuro do movimento. Na França se aliam ao Partido Democrata-Socialista contra a burguesia conservadora e radical sem abdicar do direto se posicionar criticamente frente a palavrórios e ilusões legadas pela tradição revolucionaria.

Na Suíça, apóiam os radicais, sem deixar de reconhecer que esse partido se compõe de elementos contraditórios: uma parte constituída de socialistas democráticos, no sentido Frances, outra de burgueses radicai.

Entre os poloneses, os comunistas apóiam o partido que coloca a revolução agrária como condição para a libertação nacional. Na Alemanha Partido Comunista luta a juntamente com a burguesia, sempre que ela assume posição revolucionaria contra a monarquia absoluta, a propriedade feudal e a pequena burguesia.

Os comunistas dirigem sua atenção principalmente para a Alemanha, porque o país esta às vésperas de uma revolução burguesa e porque essa reviravolta ocorre sob as condições avançadas da civilização européia, com o proletariado muito mais desenvolvido do que o da Inglaterra do século 17 e o da França do século 18. Por isso, a revolução burguesa alemã pode ser o prelúdio de uma revolução proletária. Os comunistas apóiam em toda parte todo movimento revolucionário contra as condições sociais e políticas atuais. Em todos esses movimento põem em primeiro lugar a questão da propriedade, independentemente da forma mais ou menos desenvolvida, que ela tenha assumido. Os comunistas trabalham por toda parte pela união e o entendimento entre os partidos democráticos em todos os países, não ocultam suas opiniões e objetivos.

REFERÊNCIAS



MARX, Karl, 1918-19883. Manifesto do partido comunista/Karl Marx e Friedrich Engels. - 1 ed.- São Paulo:Expressão Popular,2008.72p.
































RESUMO: O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA



O desenvolvimento histórico da burguesia como classe social, surgiu do declínio da sociedade feudal, mas não aboliram a sociedade de classes, as lutas históricas de classes. A moderna sociedade burguesa apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de lutas no lugar das antigas.

Como sempre houve a luta entre opressores e oprimidos, na nossa época de burguesia, mesmo com o antagonismo simplificado de classe há duas classes inimigas, diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.

As grandes navegações, as novas descobertas continentais fizeram com que através dos servos da Idade Média surgisse a burguesia livre das primeiras cidades. Com o mercado de trocas e o aumento do numero de mercadorias trouxeram uma prosperidade para o comércio, a navegação e a indústria e com isso desenvolveram elementos essenciais e revolucionários dentro da sociedade feudal em desintegração.

Com o surgimento de novos mercados a forma tradicional, feudal ou corporativa, de funcionamento da indústria não consegue abastecer as necessidades crescentes de consumo. Surge assim a manufatura. Então o mestre de corporações é substituído pelo pequeno industrial e a divisão do trabalho corporativo é substituída pelo trabalho no interior das oficinas.

Quando a manufatura já não consegue suprir o mercado consumidor cada vez mais crescente, o vapor e a maquinaria começam a revolucionar a produção industrial. Isso fez surgir à grande indústria moderna e no lugar dos pequenos produtores surgiu os grandes industriais que se tornaram milionários, chefes de exércitos industriais inteiros, esses eram os burgueses modernos donos dos meios de produção.

A burguesia moderna é produto de um longo processo, moldada por uma série de mudanças nas formas de produção, circulação. Já que com o seu desenvolvimento surge também a grande indústria, o mercado mundial, o desenvolvimento do comercio, das navegações e das comunicações. Cada uma dessas etapas de desenvolvimento da burguesia foi acompanhada por um processo político, o que fez sua própria evolução política, pois conquistou o domínio político exclusivo no estado representativo moderno. Isso porque a burguesia desenvolveu historicamente um papel revolucionário.

A burguesia inseriu no lugar da exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas uma exploração aberta, sem vergonha, uma relação de troca, dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca. Das relações feudais, patriarcais e idílicas foram transformadas em uma determinada liberdade de comércio. Assim todas as formas de trabalho forma resumidas ao trabalho assalariado, uma relação monetária.

A burguesia não existiria se não fossem suas grandes construções, suas revoluções e constantemente sem as relações de produção, os instrumentos para a produção, e por conseqüência as relações sociais. Ela exprime seu caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países, pela exploração do mercado mundial, onde desenvolve uma comercialização na qual quem produz o objeto industrializado não é quem produz a matéria prima. Isso faz com os produtos sejam vendidos para outros países e não só para o país industrializados, em contrapartida as matérias primas utilizadas pelas indústrias são provenientes das regiões mais distantes. 

Então, no lugar da auto-suficiência e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. As ciências, os produtos intelectuais, as literaturas passam a ter caráter mundial, ou seja, passa a ser de domínio geral. A burguesia molda assim o mundo ao seu bel prazer, a sua própria imagem, obriga as nações a adotarem o seu modo, força a introdução da chamada civilização, forçando todos a se tornarem burgueses. A burguesia criou cidades cada vez mais bonitas e prometedoras, submetendo o campo à cidade, causando o êxodo rural e o inchaço urbano. Assim, também submeteu alguns povos aos chamados civilizados, o Oriente sob o Ocidente, entre outros. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos, causa da centralização do poder político. Criou um único interesse de classe nacional e uma única fronteira aduaneira. Com o aumento da produção surge a livre concorrência. 

A epidemia da superprodução causa revolta das forças produtivas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que constituem as condições vitais da burguesia e de seu domínio. Nessas Crises grande parte não só da produção, mas também das forças produtivas são destruídas. Exemplo o que ocorreu com o café no Brasil, quando houve superprodução teve que ser queimadas várias sacas. 

A burguesia consegue superar crises pela destruição forçada de grande quantidade de forças produtivas, por meio da conquista de novos mercados e da exploração intensa de mercados antigos. Através da preparação de crises mais violentas e da limitação de formas de evitá-las. Assim a burguesia prova do próprio veneno que usou contra a sociedade feudal. E os homens usam as armas produzidas por ela contra ela: os trabalhadores modernos, os proletários.

Assim a classe dos trabalhadores modernos se desenvolve, com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital.  Esse proletariado são forçados a se vender diariamente, constituem como uma mercadoria qualquer, vulneráveis a todas as vicissitudes da concorrência da concorrência, a todas as turbulências do mercado. Os custos do trabalhador se resumem aos meios de subsistências de que necessita para se manter e se reproduzir. São oprimidos não apenas pelo Estado burguês, mas são oprimidos todos os dias e horas pela máquina, pelo supervisor e, sobretudo, pelos próprios donos da fábrica. Isso pelo objetivo único, o lucro. 

O trabalho dos homens é substituído pelo das crianças e mulheres, o salário varia conforme idade e o sexo. Assim os trabalhadores começam a se rebelarem, mas não contra o sistema, mas não contra o sistema e sim contra a exploração demasiada. Os trabalhadores começam a formar associações contra a burguesia, lutam juntos para assegurar seu salário. Fundam organizações permanentes, em alguns lugares ocorrem lutas e revoltas.

A burguesia vive em conflitos permanentes: inicialmente contra a aristocracia; mais tarde, contra segmentos da própria burguesia, cujos interesses passaram a se opor ao progresso da indústria dos demais países. A sociedade já não consegue mais viver sob o domínio da burguesia, isto é, a existência desta já não é mais compatível com a sociedade. De todas as classes que hoje se contrapõe à burguesia, só o proletariado constitui uma classe realmente revolucionaria. Já que as classes médias são conservadoras, reacionárias.



II- Proletários e comunistas

O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo dos demais proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada do domínio da burguesia, a conquista do poder político pelo proletariado. Assim, a supressão da propriedade não é algo que diferencia o comunismo. As relações de propriedade sempre passaram por mudanças e transformações históricas. Os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada.

Acusam os comunistas de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada por meio do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda liberdade, de toda atividade e de toda autonomia individuais. A propriedade, em sua forma atual, move-se no antagonismo entre capital e trabalho. 

O capital é transformado em propriedade comum, pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade individual que se transformou em propriedade social. Apenas o caráter social da propriedade se transforma. Ela perde seu caráter de classe.

Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é apenas um meio para ampliar, enriquecer e incentivar a existência do trabalhador. O capital é autônomo e pessoal, enquanto o individuo que trabalha não tem autonomia nem personalidade.

Alega-se, com a abolição da propriedade privada, toda atividade seria paralisada e a preguiça se disseminaria. A abolição da propriedade burguesa e a concepção burguesa de liberdade, educação, direito etc. Essas idéias são produtos das relações burguesas de produção e de propriedade, assim como o direito não é nada mais que a vontade de sua classe erigida em lei, uma vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vida da sua própria classe.

A família atual burguesa se baseia no capital, no lucro privado. Na sua plenitude, ela existe apenas para a burguesia; mas encontra seu complemento na ausência forçada de família entre os proletários e na prostituição. A família dos burgueses desaparece naturalmente, com o desaparecimento desse seu complemento, e ambos desaparecem com a abolição do capital.

Os comunistas são acusados de abolir a família. Também são acusados de desejar abolir a exploração das crianças pelos pais, crimes que eles confessam. Os comunistas não inventaram a interferência da sociedade na educação; eles apenas modificam seu caráter e tiram a educação da influencia da classe dominante.

O palavrório burguês sobre família e educação, sobre a relação estreita entre pais e filhos, tornam-se tanto mais repugnantes quanto mais a grande indústria rompe todos os laços familiares dos proletários e as crianças são transformadas em simples artigos de comercio e instrumentos de trabalho. O burguês vê sua mulher como mero instrumento de produção. O casamento é, na verdade, a comunidade das esposas. Os comunistas desejam introduzir, no lugar de uma comunidade de mulheres oculta e hipócrita, outra oficial e sincera. É evidente que, com a abolição das relações atuais de produção, também a comunidade de mulheres que delas decorem, quer dizer, a prostituição oficial e não oficial, desaparecerá.

Os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Para eles os trabalhadores não têm pátria. Não se lhes pode tomar uma coisa que não possui. Porém, ao conquistar o poder político, ao se constituir em classe dirigente nacional, o proletariado precisa-se constituir ele mesmo em nação; assim ele continua sendo nacional, embora de modo algum no sentido burguês.

À medida que a exploração de um indivíduo por outro for abolida também o será a exploração de uma nação por outra. Com o fim do antagonismo de classe no interior das nações, desaparecem também a hostilidade das nações.

Será necessária inteligência tão profunda para entender que, com a mudança das condições de vida das pessoas, das suas relações sociais, de sua existência social, também se modificam suas representações, concepções e conceitos, em suma, também sua consciência. 

As idéias dominantes de uma época sempre foram às idéias de uma classe dominante. O comunismo quer abolir as verdades eternas, suprimir a religião e a moral, em vez de lhes dar uma nova forma; portanto, ele contradiz toda evolução histórica anterior. A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade remanescentes; não é de se espantar que, em seu desenvolvimento, rompa-se de modo mais radical com as idéias do passado.

No lugar da velha sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surge uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto para o livre desenvolvimento de todos.



III Literatura Socialista de Comunista

1-O socialismo reacionário

a) O Socialismo Feudal

A aristocracia francesa e inglesa não podendo travar uma luta política contra a moderna sociedade burguesa, utiliza a literatura para lutar. Ela viu-se obrigada a deixar aparentemente de lado seus interesses específicos, passando a formular, contra a burguesia, acusações que eram de interesse da classe trabalhadora explorada. Dedicou-se, assim, ao prazer de compor canções injuriosas e sussurrar profecias mais ou menos sinistras no ouvido de seu senhor. Deste modo surgiu o socialismo feudal, com características do passado almejando um bom futuro.

Quando os feudais demonstram que sua forma de exploração era diferente daquela adotada pela burguesia, esquecem que eles exploram em circunstâncias e condições completamente diferentes, hoje existentes apenas como resquícios. Quando ressaltam que durante seu domínio não existia o proletariado moderno, esquecem que a moderna burguesia foi um fruto necessário de sua ordem social. Sob o regime da burguesia surge uma classe que vai mandar pelos ares toda a velha ordem social. Eles não acusam a burguesia de ter criado o proletariado, mas, sobretudo de ter criado um proletariado revolucionário.

b) O socialismo pequeno-burguês

A aristocracia feudal não foi à única classe derrubada pela burguesia e cujas condições de existência se degeneraram na sociedade burguesa moderna. Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essas classes ainda vegetam, ao lado da burguesia em ascensão. Há uma pequena burguesia entre o proletariado e a burguesia que no comércio, na manufatura, na agricultura, são substituídos por supervisores e empregados. 

O principal representante do socialismo pequeno-burguês é Sismondi. Esse socialismo esmiuçou as contradições inerentes às modernas relações de produção. Um socialismo que almeja restabelecer os antigos meios de produção e de circulação e com, eles, as relações de propriedade e a sociedade antiga, ou aprisionar violentamente os meios modernos de produção e de circulação nos marcos das antigas relações de propriedade, esse socialismo é utópico e reacionário. 



c) O socialismo alemão ou “verdadeiro” socialismo

Foi introduzida na Alemanha na época em que a burguesia apenas começara sua luta contra o absolutismo feudal. As expressões de vontade da burguesia revolucionária francesa significavam a verdadeira vontade humana. 

Os literatos procederam inversamente à literatura francesa profana. Escreveram atrás da critica francesa das funções do dinheiro “alienação da existência humana”, da critica francesa do Estado burguês “eliminação do poder da universalidade abstrata”, e assim por diante. O socialismo é diferente do capitalismo francês. O socialismo alemão levava a sério seus exercícios escolares e foi aos poucos perdendo sua inocência pedante.

Além de o verdadeiro socialismo ser uma arma na mão dos governos contrários a burguesia, ele também representou diretamente um interesse reacionário, o da pequena burguesia retrógrada. O “verdadeiro” socialismo serviu aos governos absolutos alemães e seu grupo de religiosos, professores, fidalgotes rurais e burocratas. Esse socialismo compreendeu cada vez mais sua vocação: ser o representante patético dessa pequena burguesia retrógrada.



2- O socialismo conservador ou burguês 

Esse socialismo burguês foi elaborado até formar sistemas completos. Os socialistas burgueses querem as condições de vida da sociedade moderna, sem os conflitos e os perigos que dela necessariamente docorrem. Desejam a sociedade atual, subtraindo dela os elementos revolucionários e que contribuem para sua dissolução. Querem a burguesia sem o proletariado. 

O socialismo burguês só atinge uma expressão adequada quando se reduz a uma simples figura retórica. Esse socialismo da burguesia reduz-se à afirmação de que os burgueses são burgueses, no interesse da classe operária.

3- O socialismo e o comunismo crítico-utópicos

Os sistemas propriamente socialistas e comunistas aparecem na primeira fase, pouco desenvolvida, da luta entre o proletariado e a burguesia. A evolução do conflito de classes acompanha o desenvolvimento da indústria, os socialistas e comunistas utópicos não encontram as condições materiais para libertação do proletariado e procuram uma ciência social, leis sociais, que crie essas condições.

Os escritos socialistas e comunistas contêm elementos críticos que atacam os fundamentos. A importância do socialismo utópicos esta e razão inversa ao desenvolvimento histórico. À medida que luta de classes se desenvolve e ganha formas mais definidas essa tentativa fantasiosa abstrai-se dela, perde todo valor prático e toda justificativa teórica.



IV – Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição



Os comunistas lutam pelos objetivos e interessem mais imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, representam no movimento atual o futuro do movimento. Na França se aliam ao Partido Democrata-Socialista contra a burguesia conservadora e radical sem abdicar do direto se posicionar criticamente frente a palavrórios e ilusões legadas pela tradição revolucionaria.

Na Suíça, apóiam os radicais, sem deixar de reconhecer que esse partido se compõe de elementos contraditórios: uma parte constituída de socialistas democráticos, no sentido Frances, outra de burgueses radicai.

Entre os poloneses, os comunistas apóiam o partido que coloca a revolução agrária como condição para a libertação nacional. Na Alemanha Partido Comunista luta a juntamente com a burguesia, sempre que ela assume posição revolucionaria contra a monarquia absoluta, a propriedade feudal e a pequena burguesia.

Os comunistas dirigem sua atenção principalmente para a Alemanha, porque o país esta às vésperas de uma revolução burguesa e porque essa reviravolta ocorre sob as condições avançadas da civilização européia, com o proletariado muito mais desenvolvido do que o da Inglaterra do século 17 e o da França do século 18. Por isso, a revolução burguesa alemã pode ser o prelúdio de uma revolução proletária. Os comunistas apóiam em toda parte todo movimento revolucionário contra as condições sociais e políticas atuais. Em todos esses movimento põem em primeiro lugar a questão da propriedade, independentemente da forma mais ou menos desenvolvida, que ela tenha assumido. Os comunistas trabalham por toda parte pela união e o entendimento entre os partidos democráticos em todos os países, não ocultam suas opiniões e objetivos.

REFERÊNCIAS



MARX, Karl, 1918-19883. Manifesto do partido comunista/Karl Marx e Friedrich Engels. - 1 ed.- São Paulo:Expressão Popular,2008.72p.













































RESUMO: O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA



O desenvolvimento histórico da burguesia como classe social, surgiu do declínio da sociedade feudal, mas não aboliram a sociedade de classes, as lutas históricas de classes. A moderna sociedade burguesa apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de lutas no lugar das antigas.

Como sempre houve a luta entre opressores e oprimidos, na nossa época de burguesia, mesmo com o antagonismo simplificado de classe há duas classes inimigas, diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.

As grandes navegações, as novas descobertas continentais fizeram com que através dos servos da Idade Média surgisse a burguesia livre das primeiras cidades. Com o mercado de trocas e o aumento do numero de mercadorias trouxeram uma prosperidade para o comércio, a navegação e a indústria e com isso desenvolveram elementos essenciais e revolucionários dentro da sociedade feudal em desintegração.

Com o surgimento de novos mercados a forma tradicional, feudal ou corporativa, de funcionamento da indústria não consegue abastecer as necessidades crescentes de consumo. Surge assim a manufatura. Então o mestre de corporações é substituído pelo pequeno industrial e a divisão do trabalho corporativo é substituída pelo trabalho no interior das oficinas.

Quando a manufatura já não consegue suprir o mercado consumidor cada vez mais crescente, o vapor e a maquinaria começam a revolucionar a produção industrial. Isso fez surgir à grande indústria moderna e no lugar dos pequenos produtores surgiu os grandes industriais que se tornaram milionários, chefes de exércitos industriais inteiros, esses eram os burgueses modernos donos dos meios de produção.

A burguesia moderna é produto de um longo processo, moldada por uma série de mudanças nas formas de produção, circulação. Já que com o seu desenvolvimento surge também a grande indústria, o mercado mundial, o desenvolvimento do comercio, das navegações e das comunicações. Cada uma dessas etapas de desenvolvimento da burguesia foi acompanhada por um processo político, o que fez sua própria evolução política, pois conquistou o domínio político exclusivo no estado representativo moderno. Isso porque a burguesia desenvolveu historicamente um papel revolucionário.

A burguesia inseriu no lugar da exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas uma exploração aberta, sem vergonha, uma relação de troca, dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca. Das relações feudais, patriarcais e idílicas foram transformadas em uma determinada liberdade de comércio. Assim todas as formas de trabalho forma resumidas ao trabalho assalariado, uma relação monetária.

A burguesia não existiria se não fossem suas grandes construções, suas revoluções e constantemente sem as relações de produção, os instrumentos para a produção, e por conseqüência as relações sociais. Ela exprime seu caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países, pela exploração do mercado mundial, onde desenvolve uma comercialização na qual quem produz o objeto industrializado não é quem produz a matéria prima. Isso faz com os produtos sejam vendidos para outros países e não só para o país industrializados, em contrapartida as matérias primas utilizadas pelas indústrias são provenientes das regiões mais distantes. 

Então, no lugar da auto-suficiência e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. As ciências, os produtos intelectuais, as literaturas passam a ter caráter mundial, ou seja, passa a ser de domínio geral. A burguesia molda assim o mundo ao seu bel prazer, a sua própria imagem, obriga as nações a adotarem o seu modo, força a introdução da chamada civilização, forçando todos a se tornarem burgueses. A burguesia criou cidades cada vez mais bonitas e prometedoras, submetendo o campo à cidade, causando o êxodo rural e o inchaço urbano. Assim, também submeteu alguns povos aos chamados civilizados, o Oriente sob o Ocidente, entre outros. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos, causa da centralização do poder político. Criou um único interesse de classe nacional e uma única fronteira aduaneira. Com o aumento da produção surge a livre concorrência. 

A epidemia da superprodução causa revolta das forças produtivas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que constituem as condições vitais da burguesia e de seu domínio. Nessas Crises grande parte não só da produção, mas também das forças produtivas são destruídas. Exemplo o que ocorreu com o café no Brasil, quando houve superprodução teve que ser queimadas várias sacas. 

A burguesia consegue superar crises pela destruição forçada de grande quantidade de forças produtivas, por meio da conquista de novos mercados e da exploração intensa de mercados antigos. Através da preparação de crises mais violentas e da limitação de formas de evitá-las. Assim a burguesia prova do próprio veneno que usou contra a sociedade feudal. E os homens usam as armas produzidas por ela contra ela: os trabalhadores modernos, os proletários.

Assim a classe dos trabalhadores modernos se desenvolve, com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital.  Esse proletariado são forçados a se vender diariamente, constituem como uma mercadoria qualquer, vulneráveis a todas as vicissitudes da concorrência da concorrência, a todas as turbulências do mercado. Os custos do trabalhador se resumem aos meios de subsistências de que necessita para se manter e se reproduzir. São oprimidos não apenas pelo Estado burguês, mas são oprimidos todos os dias e horas pela máquina, pelo supervisor e, sobretudo, pelos próprios donos da fábrica. Isso pelo objetivo único, o lucro. 

O trabalho dos homens é substituído pelo das crianças e mulheres, o salário varia conforme idade e o sexo. Assim os trabalhadores começam a se rebelarem, mas não contra o sistema, mas não contra o sistema e sim contra a exploração demasiada. Os trabalhadores começam a formar associações contra a burguesia, lutam juntos para assegurar seu salário. Fundam organizações permanentes, em alguns lugares ocorrem lutas e revoltas.

A burguesia vive em conflitos permanentes: inicialmente contra a aristocracia; mais tarde, contra segmentos da própria burguesia, cujos interesses passaram a se opor ao progresso da indústria dos demais países. A sociedade já não consegue mais viver sob o domínio da burguesia, isto é, a existência desta já não é mais compatível com a sociedade. De todas as classes que hoje se contrapõe à burguesia, só o proletariado constitui uma classe realmente revolucionaria. Já que as classes médias são conservadoras, reacionárias.



II- Proletários e comunistas

O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo dos demais proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada do domínio da burguesia, a conquista do poder político pelo proletariado. Assim, a supressão da propriedade não é algo que diferencia o comunismo. As relações de propriedade sempre passaram por mudanças e transformações históricas. Os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada.

Acusam os comunistas de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada por meio do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda liberdade, de toda atividade e de toda autonomia individuais. A propriedade, em sua forma atual, move-se no antagonismo entre capital e trabalho. 

O capital é transformado em propriedade comum, pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade individual que se transformou em propriedade social. Apenas o caráter social da propriedade se transforma. Ela perde seu caráter de classe.

Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é apenas um meio para ampliar, enriquecer e incentivar a existência do trabalhador. O capital é autônomo e pessoal, enquanto o individuo que trabalha não tem autonomia nem personalidade.

Alega-se, com a abolição da propriedade privada, toda atividade seria paralisada e a preguiça se disseminaria. A abolição da propriedade burguesa e a concepção burguesa de liberdade, educação, direito etc. Essas idéias são produtos das relações burguesas de produção e de propriedade, assim como o direito não é nada mais que a vontade de sua classe erigida em lei, uma vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vida da sua própria classe.

A família atual burguesa se baseia no capital, no lucro privado. Na sua plenitude, ela existe apenas para a burguesia; mas encontra seu complemento na ausência forçada de família entre os proletários e na prostituição. A família dos burgueses desaparece naturalmente, com o desaparecimento desse seu complemento, e ambos desaparecem com a abolição do capital.

Os comunistas são acusados de abolir a família. Também são acusados de desejar abolir a exploração das crianças pelos pais, crimes que eles confessam. Os comunistas não inventaram a interferência da sociedade na educação; eles apenas modificam seu caráter e tiram a educação da influencia da classe dominante.

O palavrório burguês sobre família e educação, sobre a relação estreita entre pais e filhos, tornam-se tanto mais repugnantes quanto mais a grande indústria rompe todos os laços familiares dos proletários e as crianças são transformadas em simples artigos de comercio e instrumentos de trabalho. O burguês vê sua mulher como mero instrumento de produção. O casamento é, na verdade, a comunidade das esposas. Os comunistas desejam introduzir, no lugar de uma comunidade de mulheres oculta e hipócrita, outra oficial e sincera. É evidente que, com a abolição das relações atuais de produção, também a comunidade de mulheres que delas decorem, quer dizer, a prostituição oficial e não oficial, desaparecerá.

Os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Para eles os trabalhadores não têm pátria. Não se lhes pode tomar uma coisa que não possui. Porém, ao conquistar o poder político, ao se constituir em classe dirigente nacional, o proletariado precisa-se constituir ele mesmo em nação; assim ele continua sendo nacional, embora de modo algum no sentido burguês.

À medida que a exploração de um indivíduo por outro for abolida também o será a exploração de uma nação por outra. Com o fim do antagonismo de classe no interior das nações, desaparecem também a hostilidade das nações.

Será necessária inteligência tão profunda para entender que, com a mudança das condições de vida das pessoas, das suas relações sociais, de sua existência social, também se modificam suas representações, concepções e conceitos, em suma, também sua consciência. 

As idéias dominantes de uma época sempre foram às idéias de uma classe dominante. O comunismo quer abolir as verdades eternas, suprimir a religião e a moral, em vez de lhes dar uma nova forma; portanto, ele contradiz toda evolução histórica anterior. A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade remanescentes; não é de se espantar que, em seu desenvolvimento, rompa-se de modo mais radical com as idéias do passado.

No lugar da velha sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surge uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto para o livre desenvolvimento de todos.



III Literatura Socialista de Comunista

1-O socialismo reacionário

a) O Socialismo Feudal

A aristocracia francesa e inglesa não podendo travar uma luta política contra a moderna sociedade burguesa, utiliza a literatura para lutar. Ela viu-se obrigada a deixar aparentemente de lado seus interesses específicos, passando a formular, contra a burguesia, acusações que eram de interesse da classe trabalhadora explorada. Dedicou-se, assim, ao prazer de compor canções injuriosas e sussurrar profecias mais ou menos sinistras no ouvido de seu senhor. Deste modo surgiu o socialismo feudal, com características do passado almejando um bom futuro.

Quando os feudais demonstram que sua forma de exploração era diferente daquela adotada pela burguesia, esquecem que eles exploram em circunstâncias e condições completamente diferentes, hoje existentes apenas como resquícios. Quando ressaltam que durante seu domínio não existia o proletariado moderno, esquecem que a moderna burguesia foi um fruto necessário de sua ordem social. Sob o regime da burguesia surge uma classe que vai mandar pelos ares toda a velha ordem social. Eles não acusam a burguesia de ter criado o proletariado, mas, sobretudo de ter criado um proletariado revolucionário.

b) O socialismo pequeno-burguês

A aristocracia feudal não foi à única classe derrubada pela burguesia e cujas condições de existência se degeneraram na sociedade burguesa moderna. Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essas classes ainda vegetam, ao lado da burguesia em ascensão. Há uma pequena burguesia entre o proletariado e a burguesia que no comércio, na manufatura, na agricultura, são substituídos por supervisores e empregados. 

O principal representante do socialismo pequeno-burguês é Sismondi. Esse socialismo esmiuçou as contradições inerentes às modernas relações de produção. Um socialismo que almeja restabelecer os antigos meios de produção e de circulação e com, eles, as relações de propriedade e a sociedade antiga, ou aprisionar violentamente os meios modernos de produção e de circulação nos marcos das antigas relações de propriedade, esse socialismo é utópico e reacionário. 



c) O socialismo alemão ou “verdadeiro” socialismo

Foi introduzida na Alemanha na época em que a burguesia apenas começara sua luta contra o absolutismo feudal. As expressões de vontade da burguesia revolucionária francesa significavam a verdadeira vontade humana. 

Os literatos procederam inversamente à literatura francesa profana. Escreveram atrás da critica francesa das funções do dinheiro “alienação da existência humana”, da critica francesa do Estado burguês “eliminação do poder da universalidade abstrata”, e assim por diante. O socialismo é diferente do capitalismo francês. O socialismo alemão levava a sério seus exercícios escolares e foi aos poucos perdendo sua inocência pedante.

Além de o verdadeiro socialismo ser uma arma na mão dos governos contrários a burguesia, ele também representou diretamente um interesse reacionário, o da pequena burguesia retrógrada. O “verdadeiro” socialismo serviu aos governos absolutos alemães e seu grupo de religiosos, professores, fidalgotes rurais e burocratas. Esse socialismo compreendeu cada vez mais sua vocação: ser o representante patético dessa pequena burguesia retrógrada.



2- O socialismo conservador ou burguês 

Esse socialismo burguês foi elaborado até formar sistemas completos. Os socialistas burgueses querem as condições de vida da sociedade moderna, sem os conflitos e os perigos que dela necessariamente docorrem. Desejam a sociedade atual, subtraindo dela os elementos revolucionários e que contribuem para sua dissolução. Querem a burguesia sem o proletariado. 

O socialismo burguês só atinge uma expressão adequada quando se reduz a uma simples figura retórica. Esse socialismo da burguesia reduz-se à afirmação de que os burgueses são burgueses, no interesse da classe operária.

3- O socialismo e o comunismo crítico-utópicos

Os sistemas propriamente socialistas e comunistas aparecem na primeira fase, pouco desenvolvida, da luta entre o proletariado e a burguesia. A evolução do conflito de classes acompanha o desenvolvimento da indústria, os socialistas e comunistas utópicos não encontram as condições materiais para libertação do proletariado e procuram uma ciência social, leis sociais, que crie essas condições.

Os escritos socialistas e comunistas contêm elementos críticos que atacam os fundamentos. A importância do socialismo utópicos esta e razão inversa ao desenvolvimento histórico. À medida que luta de classes se desenvolve e ganha formas mais definidas essa tentativa fantasiosa abstrai-se dela, perde todo valor prático e toda justificativa teórica.



IV – Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição



Os comunistas lutam pelos objetivos e interessem mais imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, representam no movimento atual o futuro do movimento. Na França se aliam ao Partido Democrata-Socialista contra a burguesia conservadora e radical sem abdicar do direto se posicionar criticamente frente a palavrórios e ilusões legadas pela tradição revolucionaria.

Na Suíça, apóiam os radicais, sem deixar de reconhecer que esse partido se compõe de elementos contraditórios: uma parte constituída de socialistas democráticos, no sentido Frances, outra de burgueses radicai.

Entre os poloneses, os comunistas apóiam o partido que coloca a revolução agrária como condição para a libertação nacional. Na Alemanha Partido Comunista luta a juntamente com a burguesia, sempre que ela assume posição revolucionaria contra a monarquia absoluta, a propriedade feudal e a pequena burguesia.

Os comunistas dirigem sua atenção principalmente para a Alemanha, porque o país esta às vésperas de uma revolução burguesa e porque essa reviravolta ocorre sob as condições avançadas da civilização européia, com o proletariado muito mais desenvolvido do que o da Inglaterra do século 17 e o da França do século 18. Por isso, a revolução burguesa alemã pode ser o prelúdio de uma revolução proletária. Os comunistas apóiam em toda parte todo movimento revolucionário contra as condições sociais e políticas atuais. Em todos esses movimento põem em primeiro lugar a questão da propriedade, independentemente da forma mais ou menos desenvolvida, que ela tenha assumido. Os comunistas trabalham por toda parte pela união e o entendimento entre os partidos democráticos em todos os países, não ocultam suas opiniões e objetivos.

REFERÊNCIAS



MARX, Karl, 1918-19883. Manifesto do partido comunista/Karl Marx e Friedrich Engels. - 1 ed.- São Paulo:Expressão Popular,2008.72p.

























































Mais um livro pra conta do meu ano de leitura de mulheres. Dessa vez o escolhido foi um clássico da teoria feminista, O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir.
Já falei da Simone aqui antes, quando assisti ao documentário que mostrava sua vida. E é com o mesmo fascínio que passei pelas páginas desta obra. Trata-se de uma contundente defesa de um ponto de vista que, se hoje ainda encontra não poucas dificuldades em se fazer ouvir, à época de sua publicação (1949) consistia em um ato de coragem extrema.
A premissa do livro é a de que a mulher não é o “segundo sexo” ou o “outro” por razões naturais e imutáveis, mas sim por uma série de processos sociais e históricos que criaram esta situação. Toda a sua argumentação gira em torno do questionamento da existência do chamado “eterno feminino”, visto pela sociedade como algo intrínseco a qualquer mulher e que as prenderia a uma gama restrita de características e, principalmente, limitações. Com isso em mente, a autora passeia pelas mais diversas áreas do conhecimento em busca de argumentos, com sucesso estrondoso e coerência inquestionável.
A primeira parte do livro leva o nome de Destino e traz três pontos de vista importantes: o ponto de vista biológico, o ponto de vista psicanalítico e o ponto de vista do materialismo histórico. Não sou um especialista em nenhuma das três áreas, mas Simone argumenta com extrema coerência e lucidez, ainda mais considerando-se os dados que tinha em mãos à época, para expor seu ponto: não há justificativas para que a mulher seja de fato uma “casta” inferior ao homem. Isto posto, ela passa a seu próximo assunto: o que teria causado essa situação.
“História” é o nome da segunda parte, e aqui vemos mais um trabalho de pesquisa extenso e de qualidade feito pela autora. Desde a Antiguidade, passando pela Idade Média e chegando aos tempos em que viveu, ela passa por todos os aspectos relevantes e necessários para entender como a mulher ocupou uma posição tão diferente da do homem na sociedade.
A terceira parte se dedica aos mitos. O primeiro capítulo disseca mitos mais comuns e é mais interessante e relevante do que os que se seguem, que examinam autores específicos e acabam por ser um pouco mais datados do que o restante do conteúdo do livro (no sentido de não serem mais tão relevantes). Simone examina com muita habilidade as obras, mas trata-se talvez de uma análise que precisa ser sempre recriada com os clássicos de cada época, tendo ficado já um tanto superada.
O Segundo Sexo é uma obra básica para o entendimento do feminismo. É considerada por alguns um marco teórico importante da chamada segunda onda do feminismo no Brasil, e traz diversos conceitos e argumentações irrefutáveis e importantes para a luta feminista. É um livro por vezes complexo, como não poderia deixar de ser, mas cujo conteúdo precisava ser mais e mais divulgado, ainda mais levando-se em conta que há pessoas que refutam o feminismo como se fosse algo desnecessário ou antigo. Definitivamente uma obra necessária e mais relevante do que nunca.
PS: a obra é de domínio público e está disponível aqui.
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1 Comentário em “Resenha – O Segundo Sexo”


JUSTINA EFIGÊNIA QUEIROS SANTOS em 30.10.2015 às 22:28 ResponderO pano de fundo do feminismo. Mulher determinada. Deixou a sua contribuição teórica. Admirável.

 

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Num festivo Banquete, a tributar honras e glórias ao Amor, ouviremos Fedro, Pausânias, o médico Erixímaco, o comediógrafo Aristófanes, o próprio anfitrião desse symposium, o poeta Agatão e Sócrates, revelando a preciosa e aguda sapiência da sacerdotisa Diotima. Eis nosso breve recorte.

Fedro, recorrendo à autoridade de Hesíodo, dirá que o Amor é dos deuses mais antigos, que sequer possui genitores e que é, para nós, a causa dos maiores bens, pois sem ele, não há com se produzir grandes e belas obras. O Amor deve dirigir a vida de todos os homens que quiserem vivê-la nobremente; é também responsável por algo que nem a riqueza, nem as honras nem a estirpe pode incutir tão bem: “A vergonha do que é feio e apreço ao que é belo”.

Fedro se refere ao que os antigos gregos denominavam aidós (pudor, vergonha, respeito), que faz com que aquele que ama tema ser surpreendido numa atitude aviltante, sentindo-se constrangido diante do amado: “todo homem que ama, se fosse descoberto a fazer um ato vergonhoso, ou a sofrê-lo de outrem sem se defender por covardia, visto pelo pai não se envergonharia tanto, nem pelos amigos nem por ninguém mais, como se fosse visto pelo bem amado”. Para Fedro, o Amor, ao tornar-nos corajosos, é fonte de heroísmo e inspiração da moral. Afortunados são os que amam e são correspondidos. E amar, é ainda mais divino que ser amado.

Mais realista, “não é um só”, objeta Pausânias que, cingindo a unidade do Amor, subdivide-o e (não os excluindo) hierarquiza-os imediatamente: Afrodite não é só uma, há a mais velha, Urânia (Celestial) e a Pandêmia (pan = todos e demos = povos). Nesta última, amam mais o corpo que a alma. Afrodite Pandêmia (a Popular, vulgar) inexoravelmente é vencida pelo tempo (Chronos): “Com efeito, ao mesmo tempo em que cessa o viço do corpo, que era o que ele amava “alça ele o seu vôo” (citando Homero), sem respeito a muitas palavras e promessas feitas. Ao contrário, o amante do caráter, que é bom, é constante por toda a vida, porque se fundiu com o que é constante”.
Pausânias revela duas formas de Amor: Afrodite Urânia, associada ao eterno, imortal e Afrodite Pandêmia ao transitório, mortal. Os dois amores são necessários, embora sucumbir dando ênfase à Pandêmia desvirtue a pólis.

E mesmo que esteja passível de cometer um engano, um erro de pessoa, quem ama verdadeiramente é digno de nobreza.

Erixímaco aprova a distinção de Pausânias sobre a duplicidade do Amor e, universalista, o amplia a todo cosmo: “grande e admirável, e a tudo se estende ele, tanto na ordem das coisas humanas como entre as divinas”. Como é um médico, faz uma analogia com sua arte, dizendo que a medicina suscita Amor e concórdia, promove harmonia, combinando opostos (o sadio e o mórbido) que se estende por todo universo: “deve-se conservar um e outro amor (...). De fato, até a constituição das estações do ano está repleta desses dois amores, e quando se tomam de um moderado amor um pelo outro os contrários, o quente e o frio, o seco e o úmido, e adquirem uma harmonia e uma mistura razoável, chegam trazendo bonança e saúde aos homens, aos outros animais e às plantas, e nenhuma ofensa fazem; quando porém é o Amor casado com a violência que se torna mais forte nas estações do ano, muitos estragos ele faz, e ofensas. Tanto as pestes, com efeito, costumam resultar de tais causas, como também muitas e várias doenças nos animais como nas plantas; geadas, granizos e inflamações resultam, com efeito, do excesso e da intemperança mútua de tais manifestações do Amor (...)”. Eis os riscos de desequilíbrio na natureza humana (e em todo universo), pois, em Erixímaco, o Amor, um pathós (afecção da Alma) pode tornar-se doentio e daí, uma patologia (no sentido moderno).

Aristófanes insistirá no poder que o Amor possui e versará sobre sua natureza histórica. Com o seu famoso mito dos andróginos, legitimará a homoafetividade e a desenfreada busca pelo que denominamos “almas gêmeas”.

Eis que os seres humanos, inicialmente eram de três tipos: homem, mulher e andróginos. E eram também duplicados e unidos pelo umbigo (a narrativa desse belo mito está disponível em meu blog, vide "Conhecimento Sem Fronteiras", nesse site). Zeus, temendo a presunção de tanta auto-suficiência, para enfraquecê-los, divide-os em dois e cada uma das partes passará a vida à procura de sua outra metade original, que pode ser um outro homem, caso o original tenha sido a união de dois homens, uma mulher, em busca de outra ou um homem e uma mulher que se anseiam, caso dos andróginos.

Para Aristófanes, o Amor é justamente essa busca constante e incansável por sua outra metade a fim de se restabelecer o original e primitivo “todo”. Não se trata somente de união sexual, mas de “uma coisa” que a alma de um quer da alma do outro. Sobre essa “coisa” a alma não pode dizer, mas “advinha” o que quer e indica por enigmas.

Se o ferreiro divino Hefestos surgisse com seus instrumentos indagando aos amantes: “Que é que quereis, ó homens, ter um do outro? (...) Porventura é isso que desejais, ficardes no mesmo lugar o mais possível um para o outro, de modo que nem de noite nem de dia vos separeis um do outro? Pois se é isso que desejais, fundir-vos e forjar-vos numa mesma pessoa, de modo que de dois vos torneis um só e, enquanto viverdes, como uma só pessoa, possais viver ambos em comum, e depois que morrerdes, lá no Hades, em vez de dois ser um só, mortos os dois numa morte comum; mas vede se é isso o vosso amor, e se vos contentais se conseguirdes isso”. 
Aristófanes diz que depois de ouvir essas palavras, sabemos que nem um só diria que não, ou demonstraria querer outra coisa, mas simplesmente pensaria ter ouvido o que há muito estava desejando, sim, unir-se e confundir-se com o amado e de dois ficarem um só.

Reiterando que nossa natureza é una, que éramos um só, Aristófanes conclui que é ao desejo e procura do todo que se dá o nome de Amor.

Agatão, retomando a idéia dos benefícios do Amor expostos no início por Fedro, dirá que esses benefícios são decorrentes de sua própria natureza. Atribui ao Amor todas as perfeições imagináveis: ele é o mais feliz dos deuses porque é o mais belo; e mais belo porque mais jovem! Além de ser também o melhor (por ser o mais justo), temperante, corajoso e sábio.

Quanto a ser o mais jovem, diz que a prova disso é que foge da velhice. E sobre por onde anda o amor, Agatão diz que “(...) Nos costumes, nas almas de deuses e de homens ele fez sua morada, e ainda, não indistintamente em todas as almas, mas na que encontre com um costume rude ele se afasta, e na que o tenha delicado ele habita”. Em resumo, bom, belo, jovem e feliz, eis o Amor para o poeta Agatão.

Sócrates inicia seu discurso elogiando o fato de Agatão ter principiado por mostrar qual é a natureza e quais são as obras do Amor. À seguir, pergunta: “é de tal natureza o Amor que é Amor de algo ou de nada”? Agatão confirma que o Amor é Amor de algo. De qual “algo” será o Amor? Prossigamos então com mais indagações de Sócrates: “Será que o Amor, aquilo de que é amor, ele o deseja ou não”? Diante da confirmação de Agatão, dialeticamente, Sócrates se aprofunda ainda mais na questão: “E é quando tem isso mesmo que deseja e ama que ele então deseja e ama, ou quando não tem?”

Conclui-se então que o que deseja (o Amor), deseja aquilo que não possui, aquilo de que é carente.

Retomando o que fora dito por Agatão sobre quão Belo é o Amor, Sócrates o deixa sem saída: “Não está então admitindo que aquilo de que é carente e que não tem é o que ele ama?” (...) “Carece então de beleza o Amor, e não a tem?” (...) “E então? O que carece de beleza e de modo algum a possui, porventura dizes tu que é belo?”.

Agatão confessa então que nada sabe do que havia dito. Sócrates, agora associa o belo ao bom e conclui que o amor é carente de ambos. Chama a atenção para o discurso sobre o Amor que ouvira de uma mulher da cidade de Mantinéia, asacerdotisa Diotima, entendida nesse e em muitos outros assuntos.

Passa então a relatar que, ao ser inquirido por Diotima, fora obrigado a concluir que o que não é belo, tampouco é forçoso que seja feio. Outro exemplo é de que um indivíduo, não sendo sábio, também não é necessário que seja ignorante. Diotima teria dito a Sócrates: “Não fiques, portanto, forçando o que não é belo a ser feio, nem o que não é bom a ser mau. Assim também o Amor, porque tu mesmo admites que não é bom nem belo, nem por isso vás imaginar que ele deve ser feio e mau, mas sim algo que está, dizia ela, entre esses dois extremos”.

Diotima passa então a provar para Sócrates que o Amor nem um deus é, pois todos os deuses, perfeitos, são felizes e belos, já possuem o que é belo e bom.

A sacerdotisa da Mantinéia dirá então que o Amor é um “gênio intermediário” (os gregos denominavam “daimon”, cuja tradição medieval simbolizou por “angelus”, anjos), algo que está entre “um deus e um mortal”.

E detém o poder, diz ela, “de interpretar e transmitir aos deuses o que vem dos homens, e aos homens o que vem dos deuses, de uns as súplicas e os sacrifícios, e de outros as ordens e as recompensas pelos sacrifícios; e como está no meio de ambos ele os completa, de modo que o todo fica ligado todo ele a si mesmo. (...) Um deus com um homem não se mistura, mas é através desse ser [Amor, que é um daimon] que se faz todo o convívio e diálogo dos deuses com os homens, tanto quando despertos como quando dormindo”.

Ao ser indagada por Sócrates sobre a origem do Amor, Diotima relata-nos o belíssimo mito de que quando Afrodite nasceu, houve uma grande festa no Olimpo e que, entre os demais, se encontrava Recurso (Póros), possuidor de toda riqueza. Esse rico rapaz era filho da deusa Métis (a sabedoria, inteligência prática, prudência): “Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza [Penia, uma jovem mendiga], e ficou pela porta. Ora, Recurso, embriagado, penetrou o jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando (...) engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o Amor. 

O Amor, filho de um pai sábio e rico e de uma mãe que não é sábia, e pobre, nasce sob o signo da beleza: “Eis porque ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela”. (...) “Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a precisão. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e energético, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista (...) está no meio da sabedoria e da ignorância. (...) Nenhum deus filosofa ou deseja ser sábio – pois já é –, assim como se alguém mais é sábio, não filosofa. Nem também os ignorantes filosofam ou desejam ser sábios; pois é nisso mesmo que está o difícil da ignorância, no pensar (...). Não deseja, portanto quem não imagina ser deficiente naquilo que não pensa lhe ser preciso”.

A estrangeira reitera que uma das coisas mais belas é a sabedoria e o Amor é amor pelo belo, de modo que é forçoso o amor aspirar à sabedoria, como um filósofo. Sendo filósofo está entre a sabedoria e a ignorância.

A ação (do Amor) é o que garante aos mortais alcançar a imortalidade que lhes é possível. Diotima ressalta uma hierarquia sobre a concepção amorosa dizendo que há os que concebem na alma (belos pensamentos e virtudes) mais do que no corpo. Mas a mais importante, disse ela, e a mais bela forma de pensamento é a que trata da organização dos negócios da cidade e da família, e cujo nome é prudência e justiça.

Será o Amor, um grande deus? Indômita potência? Inspirador de virtudes? A divindade mais antiga? Eterno? Universal, pois presente em todo cosmos? A busca pela unidade? Belo e jovem? Um tipo de delírio? Filósofo por excelência? Concepção de nossa alma? Um daimon (anjo) entre o divino e o humano? Afortunada benção que garante felicidade (eudaimonia)? O que é o Amor? Entusiasmada que sou, do Belo em si platônico, vivencio-o como a assinatura do theos (divino) em todos nós.
 
Saiba mais:

O Banquete, ou, Do amor – Platão. Trad. José Cavalcante de Souza. Rio de Janeiro: DIFEL, 2008.

Dedico esse texto ao meu Amor, por uma década de Amor e nossos frutos Sofia e Théo, que aniversaria.
 
Escola Superior de Direito Constitucional - ESDC






























Num festivo Banquete, a tributar honras e glórias ao Amor, ouviremos Fedro, Pausânias, o médico Erixímaco, o comediógrafo Aristófanes, o próprio anfitrião desse symposium, o poeta Agatão e Sócrates, revelando a preciosa e aguda sapiência da sacerdotisa Diotima. Eis nosso breve recorte.

Fedro, recorrendo à autoridade de Hesíodo, dirá que o Amor é dos deuses mais antigos, que sequer possui genitores e que é, para nós, a causa dos maiores bens, pois sem ele, não há com se produzir grandes e belas obras. O Amor deve dirigir a vida de todos os homens que quiserem vivê-la nobremente; é também responsável por algo que nem a riqueza, nem as honras nem a estirpe pode incutir tão bem: “A vergonha do que é feio e apreço ao que é belo”.

Fedro se refere ao que os antigos gregos denominavam aidós (pudor, vergonha, respeito), que faz com que aquele que ama tema ser surpreendido numa atitude aviltante, sentindo-se constrangido diante do amado: “todo homem que ama, se fosse descoberto a fazer um ato vergonhoso, ou a sofrê-lo de outrem sem se defender por covardia, visto pelo pai não se envergonharia tanto, nem pelos amigos nem por ninguém mais, como se fosse visto pelo bem amado”. Para Fedro, o Amor, ao tornar-nos corajosos, é fonte de heroísmo e inspiração da moral. Afortunados são os que amam e são correspondidos. E amar, é ainda mais divino que ser amado.

Mais realista, “não é um só”, objeta Pausânias que, cingindo a unidade do Amor, subdivide-o e (não os excluindo) hierarquiza-os imediatamente: Afrodite não é só uma, há a mais velha, Urânia (Celestial) e a Pandêmia (pan = todos e demos = povos). Nesta última, amam mais o corpo que a alma. Afrodite Pandêmia (a Popular, vulgar) inexoravelmente é vencida pelo tempo (Chronos): “Com efeito, ao mesmo tempo em que cessa o viço do corpo, que era o que ele amava “alça ele o seu vôo” (citando Homero), sem respeito a muitas palavras e promessas feitas. Ao contrário, o amante do caráter, que é bom, é constante por toda a vida, porque se fundiu com o que é constante”.
Pausânias revela duas formas de Amor: Afrodite Urânia, associada ao eterno, imortal e Afrodite Pandêmia ao transitório, mortal. Os dois amores são necessários, embora sucumbir dando ênfase à Pandêmia desvirtue a pólis.

E mesmo que esteja passível de cometer um engano, um erro de pessoa, quem ama verdadeiramente é digno de nobreza.

Erixímaco aprova a distinção de Pausânias sobre a duplicidade do Amor e, universalista, o amplia a todo cosmo: “grande e admirável, e a tudo se estende ele, tanto na ordem das coisas humanas como entre as divinas”. Como é um médico, faz uma analogia com sua arte, dizendo que a medicina suscita Amor e concórdia, promove harmonia, combinando opostos (o sadio e o mórbido) que se estende por todo universo: “deve-se conservar um e outro amor (...). De fato, até a constituição das estações do ano está repleta desses dois amores, e quando se tomam de um moderado amor um pelo outro os contrários, o quente e o frio, o seco e o úmido, e adquirem uma harmonia e uma mistura razoável, chegam trazendo bonança e saúde aos homens, aos outros animais e às plantas, e nenhuma ofensa fazem; quando porém é o Amor casado com a violência que se torna mais forte nas estações do ano, muitos estragos ele faz, e ofensas. Tanto as pestes, com efeito, costumam resultar de tais causas, como também muitas e várias doenças nos animais como nas plantas; geadas, granizos e inflamações resultam, com efeito, do excesso e da intemperança mútua de tais manifestações do Amor (...)”. Eis os riscos de desequilíbrio na natureza humana (e em todo universo), pois, em Erixímaco, o Amor, um pathós (afecção da Alma) pode tornar-se doentio e daí, uma patologia (no sentido moderno).

Aristófanes insistirá no poder que o Amor possui e versará sobre sua natureza histórica. Com o seu famoso mito dos andróginos, legitimará a homoafetividade e a desenfreada busca pelo que denominamos “almas gêmeas”.

Eis que os seres humanos, inicialmente eram de três tipos: homem, mulher e andróginos. E eram também duplicados e unidos pelo umbigo (a narrativa desse belo mito está disponível em meu blog, vide "Conhecimento Sem Fronteiras", nesse site). Zeus, temendo a presunção de tanta auto-suficiência, para enfraquecê-los, divide-os em dois e cada uma das partes passará a vida à procura de sua outra metade original, que pode ser um outro homem, caso o original tenha sido a união de dois homens, uma mulher, em busca de outra ou um homem e uma mulher que se anseiam, caso dos andróginos.

Para Aristófanes, o Amor é justamente essa busca constante e incansável por sua outra metade a fim de se restabelecer o original e primitivo “todo”. Não se trata somente de união sexual, mas de “uma coisa” que a alma de um quer da alma do outro. Sobre essa “coisa” a alma não pode dizer, mas “advinha” o que quer e indica por enigmas.

Se o ferreiro divino Hefestos surgisse com seus instrumentos indagando aos amantes: “Que é que quereis, ó homens, ter um do outro? (...) Porventura é isso que desejais, ficardes no mesmo lugar o mais possível um para o outro, de modo que nem de noite nem de dia vos separeis um do outro? Pois se é isso que desejais, fundir-vos e forjar-vos numa mesma pessoa, de modo que de dois vos torneis um só e, enquanto viverdes, como uma só pessoa, possais viver ambos em comum, e depois que morrerdes, lá no Hades, em vez de dois ser um só, mortos os dois numa morte comum; mas vede se é isso o vosso amor, e se vos contentais se conseguirdes isso”. 
Aristófanes diz que depois de ouvir essas palavras, sabemos que nem um só diria que não, ou demonstraria querer outra coisa, mas simplesmente pensaria ter ouvido o que há muito estava desejando, sim, unir-se e confundir-se com o amado e de dois ficarem um só.

Reiterando que nossa natureza é una, que éramos um só, Aristófanes conclui que é ao desejo e procura do todo que se dá o nome de Amor.

Agatão, retomando a idéia dos benefícios do Amor expostos no início por Fedro, dirá que esses benefícios são decorrentes de sua própria natureza. Atribui ao Amor todas as perfeições imagináveis: ele é o mais feliz dos deuses porque é o mais belo; e mais belo porque mais jovem! Além de ser também o melhor (por ser o mais justo), temperante, corajoso e sábio.

Quanto a ser o mais jovem, diz que a prova disso é que foge da velhice. E sobre por onde anda o amor, Agatão diz que “(...) Nos costumes, nas almas de deuses e de homens ele fez sua morada, e ainda, não indistintamente em todas as almas, mas na que encontre com um costume rude ele se afasta, e na que o tenha delicado ele habita”. Em resumo, bom, belo, jovem e feliz, eis o Amor para o poeta Agatão.

Sócrates inicia seu discurso elogiando o fato de Agatão ter principiado por mostrar qual é a natureza e quais são as obras do Amor. À seguir, pergunta: “é de tal natureza o Amor que é Amor de algo ou de nada”? Agatão confirma que o Amor é Amor de algo. De qual “algo” será o Amor? Prossigamos então com mais indagações de Sócrates: “Será que o Amor, aquilo de que é amor, ele o deseja ou não”? Diante da confirmação de Agatão, dialeticamente, Sócrates se aprofunda ainda mais na questão: “E é quando tem isso mesmo que deseja e ama que ele então deseja e ama, ou quando não tem?”

Conclui-se então que o que deseja (o Amor), deseja aquilo que não possui, aquilo de que é carente.

Retomando o que fora dito por Agatão sobre quão Belo é o Amor, Sócrates o deixa sem saída: “Não está então admitindo que aquilo de que é carente e que não tem é o que ele ama?” (...) “Carece então de beleza o Amor, e não a tem?” (...) “E então? O que carece de beleza e de modo algum a possui, porventura dizes tu que é belo?”.

Agatão confessa então que nada sabe do que havia dito. Sócrates, agora associa o belo ao bom e conclui que o amor é carente de ambos. Chama a atenção para o discurso sobre o Amor que ouvira de uma mulher da cidade de Mantinéia, asacerdotisa Diotima, entendida nesse e em muitos outros assuntos.

Passa então a relatar que, ao ser inquirido por Diotima, fora obrigado a concluir que o que não é belo, tampouco é forçoso que seja feio. Outro exemplo é de que um indivíduo, não sendo sábio, também não é necessário que seja ignorante. Diotima teria dito a Sócrates: “Não fiques, portanto, forçando o que não é belo a ser feio, nem o que não é bom a ser mau. Assim também o Amor, porque tu mesmo admites que não é bom nem belo, nem por isso vás imaginar que ele deve ser feio e mau, mas sim algo que está, dizia ela, entre esses dois extremos”.

Diotima passa então a provar para Sócrates que o Amor nem um deus é, pois todos os deuses, perfeitos, são felizes e belos, já possuem o que é belo e bom.

A sacerdotisa da Mantinéia dirá então que o Amor é um “gênio intermediário” (os gregos denominavam “daimon”, cuja tradição medieval simbolizou por “angelus”, anjos), algo que está entre “um deus e um mortal”.

E detém o poder, diz ela, “de interpretar e transmitir aos deuses o que vem dos homens, e aos homens o que vem dos deuses, de uns as súplicas e os sacrifícios, e de outros as ordens e as recompensas pelos sacrifícios; e como está no meio de ambos ele os completa, de modo que o todo fica ligado todo ele a si mesmo. (...) Um deus com um homem não se mistura, mas é através desse ser [Amor, que é um daimon] que se faz todo o convívio e diálogo dos deuses com os homens, tanto quando despertos como quando dormindo”.

Ao ser indagada por Sócrates sobre a origem do Amor, Diotima relata-nos o belíssimo mito de que quando Afrodite nasceu, houve uma grande festa no Olimpo e que, entre os demais, se encontrava Recurso (Póros), possuidor de toda riqueza. Esse rico rapaz era filho da deusa Métis (a sabedoria, inteligência prática, prudência): “Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza [Penia, uma jovem mendiga], e ficou pela porta. Ora, Recurso, embriagado, penetrou o jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando (...) engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o Amor. 

O Amor, filho de um pai sábio e rico e de uma mãe que não é sábia, e pobre, nasce sob o signo da beleza: “Eis porque ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela”. (...) “Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a precisão. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e energético, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista (...) está no meio da sabedoria e da ignorância. (...) Nenhum deus filosofa ou deseja ser sábio – pois já é –, assim como se alguém mais é sábio, não filosofa. Nem também os ignorantes filosofam ou desejam ser sábios; pois é nisso mesmo que está o difícil da ignorância, no pensar (...). Não deseja, portanto quem não imagina ser deficiente naquilo que não pensa lhe ser preciso”.

A estrangeira reitera que uma das coisas mais belas é a sabedoria e o Amor é amor pelo belo, de modo que é forçoso o amor aspirar à sabedoria, como um filósofo. Sendo filósofo está entre a sabedoria e a ignorância.

A ação (do Amor) é o que garante aos mortais alcançar a imortalidade que lhes é possível. Diotima ressalta uma hierarquia sobre a concepção amorosa dizendo que há os que concebem na alma (belos pensamentos e virtudes) mais do que no corpo. Mas a mais importante, disse ela, e a mais bela forma de pensamento é a que trata da organização dos negócios da cidade e da família, e cujo nome é prudência e justiça.

Será o Amor, um grande deus? Indômita potência? Inspirador de virtudes? A divindade mais antiga? Eterno? Universal, pois presente em todo cosmos? A busca pela unidade? Belo e jovem? Um tipo de delírio? Filósofo por excelência? Concepção de nossa alma? Um daimon (anjo) entre o divino e o humano? Afortunada benção que garante felicidade (eudaimonia)? O que é o Amor? Entusiasmada que sou, do Belo em si platônico, vivencio-o como a assinatura do theos (divino) em todos nós.
 
Saiba mais:

O Banquete, ou, Do amor – Platão. Trad. José Cavalcante de Souza. Rio de Janeiro: DIFEL, 2008.

Dedico esse texto ao meu Amor, por uma década de Amor e nossos frutos Sofia e Théo, que aniversaria.
 
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RESUMO: O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA



O desenvolvimento histórico da burguesia como classe social, surgiu do declínio da sociedade feudal, mas não aboliram a sociedade de classes, as lutas históricas de classes. A moderna sociedade burguesa apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de lutas no lugar das antigas.

Como sempre houve a luta entre opressores e oprimidos, na nossa época de burguesia, mesmo com o antagonismo simplificado de classe há duas classes inimigas, diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.

As grandes navegações, as novas descobertas continentais fizeram com que através dos servos da Idade Média surgisse a burguesia livre das primeiras cidades. Com o mercado de trocas e o aumento do numero de mercadorias trouxeram uma prosperidade para o comércio, a navegação e a indústria e com isso desenvolveram elementos essenciais e revolucionários dentro da sociedade feudal em desintegração.

Com o surgimento de novos mercados a forma tradicional, feudal ou corporativa, de funcionamento da indústria não consegue abastecer as necessidades crescentes de consumo. Surge assim a manufatura. Então o mestre de corporações é substituído pelo pequeno industrial e a divisão do trabalho corporativo é substituída pelo trabalho no interior das oficinas.

Quando a manufatura já não consegue suprir o mercado consumidor cada vez mais crescente, o vapor e a maquinaria começam a revolucionar a produção industrial. Isso fez surgir à grande indústria moderna e no lugar dos pequenos produtores surgiu os grandes industriais que se tornaram milionários, chefes de exércitos industriais inteiros, esses eram os burgueses modernos donos dos meios de produção.

A burguesia moderna é produto de um longo processo, moldada por uma série de mudanças nas formas de produção, circulação. Já que com o seu desenvolvimento surge também a grande indústria, o mercado mundial, o desenvolvimento do comercio, das navegações e das comunicações. Cada uma dessas etapas de desenvolvimento da burguesia foi acompanhada por um processo político, o que fez sua própria evolução política, pois conquistou o domínio político exclusivo no estado representativo moderno. Isso porque a burguesia desenvolveu historicamente um papel revolucionário.

A burguesia inseriu no lugar da exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas uma exploração aberta, sem vergonha, uma relação de troca, dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca. Das relações feudais, patriarcais e idílicas foram transformadas em uma determinada liberdade de comércio. Assim todas as formas de trabalho forma resumidas ao trabalho assalariado, uma relação monetária.

A burguesia não existiria se não fossem suas grandes construções, suas revoluções e constantemente sem as relações de produção, os instrumentos para a produção, e por conseqüência as relações sociais. Ela exprime seu caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países, pela exploração do mercado mundial, onde desenvolve uma comercialização na qual quem produz o objeto industrializado não é quem produz a matéria prima. Isso faz com os produtos sejam vendidos para outros países e não só para o país industrializados, em contrapartida as matérias primas utilizadas pelas indústrias são provenientes das regiões mais distantes. 

Então, no lugar da auto-suficiência e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. As ciências, os produtos intelectuais, as literaturas passam a ter caráter mundial, ou seja, passa a ser de domínio geral. A burguesia molda assim o mundo ao seu bel prazer, a sua própria imagem, obriga as nações a adotarem o seu modo, força a introdução da chamada civilização, forçando todos a se tornarem burgueses. A burguesia criou cidades cada vez mais bonitas e prometedoras, submetendo o campo à cidade, causando o êxodo rural e o inchaço urbano. Assim, também submeteu alguns povos aos chamados civilizados, o Oriente sob o Ocidente, entre outros. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos, causa da centralização do poder político. Criou um único interesse de classe nacional e uma única fronteira aduaneira. Com o aumento da produção surge a livre concorrência. 

A epidemia da superprodução causa revolta das forças produtivas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que constituem as condições vitais da burguesia e de seu domínio. Nessas Crises grande parte não só da produção, mas também das forças produtivas são destruídas. Exemplo o que ocorreu com o café no Brasil, quando houve superprodução teve que ser queimadas várias sacas. 

A burguesia consegue superar crises pela destruição forçada de grande quantidade de forças produtivas, por meio da conquista de novos mercados e da exploração intensa de mercados antigos. Através da preparação de crises mais violentas e da limitação de formas de evitá-las. Assim a burguesia prova do próprio veneno que usou contra a sociedade feudal. E os homens usam as armas produzidas por ela contra ela: os trabalhadores modernos, os proletários.

Assim a classe dos trabalhadores modernos se desenvolve, com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital.  Esse proletariado são forçados a se vender diariamente, constituem como uma mercadoria qualquer, vulneráveis a todas as vicissitudes da concorrência da concorrência, a todas as turbulências do mercado. Os custos do trabalhador se resumem aos meios de subsistências de que necessita para se manter e se reproduzir. São oprimidos não apenas pelo Estado burguês, mas são oprimidos todos os dias e horas pela máquina, pelo supervisor e, sobretudo, pelos próprios donos da fábrica. Isso pelo objetivo único, o lucro. 

O trabalho dos homens é substituído pelo das crianças e mulheres, o salário varia conforme idade e o sexo. Assim os trabalhadores começam a se rebelarem, mas não contra o sistema, mas não contra o sistema e sim contra a exploração demasiada. Os trabalhadores começam a formar associações contra a burguesia, lutam juntos para assegurar seu salário. Fundam organizações permanentes, em alguns lugares ocorrem lutas e revoltas.

A burguesia vive em conflitos permanentes: inicialmente contra a aristocracia; mais tarde, contra segmentos da própria burguesia, cujos interesses passaram a se opor ao progresso da indústria dos demais países. A sociedade já não consegue mais viver sob o domínio da burguesia, isto é, a existência desta já não é mais compatível com a sociedade. De todas as classes que hoje se contrapõe à burguesia, só o proletariado constitui uma classe realmente revolucionaria. Já que as classes médias são conservadoras, reacionárias.



II- Proletários e comunistas

O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo dos demais proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada do domínio da burguesia, a conquista do poder político pelo proletariado. Assim, a supressão da propriedade não é algo que diferencia o comunismo. As relações de propriedade sempre passaram por mudanças e transformações históricas. Os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada.

Acusam os comunistas de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada por meio do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda liberdade, de toda atividade e de toda autonomia individuais. A propriedade, em sua forma atual, move-se no antagonismo entre capital e trabalho. 

O capital é transformado em propriedade comum, pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade individual que se transformou em propriedade social. Apenas o caráter social da propriedade se transforma. Ela perde seu caráter de classe.

Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é apenas um meio para ampliar, enriquecer e incentivar a existência do trabalhador. O capital é autônomo e pessoal, enquanto o individuo que trabalha não tem autonomia nem personalidade.

Alega-se, com a abolição da propriedade privada, toda atividade seria paralisada e a preguiça se disseminaria. A abolição da propriedade burguesa e a concepção burguesa de liberdade, educação, direito etc. Essas idéias são produtos das relações burguesas de produção e de propriedade, assim como o direito não é nada mais que a vontade de sua classe erigida em lei, uma vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vida da sua própria classe.

A família atual burguesa se baseia no capital, no lucro privado. Na sua plenitude, ela existe apenas para a burguesia; mas encontra seu complemento na ausência forçada de família entre os proletários e na prostituição. A família dos burgueses desaparece naturalmente, com o desaparecimento desse seu complemento, e ambos desaparecem com a abolição do capital.

Os comunistas são acusados de abolir a família. Também são acusados de desejar abolir a exploração das crianças pelos pais, crimes que eles confessam. Os comunistas não inventaram a interferência da sociedade na educação; eles apenas modificam seu caráter e tiram a educação da influencia da classe dominante.

O palavrório burguês sobre família e educação, sobre a relação estreita entre pais e filhos, tornam-se tanto mais repugnantes quanto mais a grande indústria rompe todos os laços familiares dos proletários e as crianças são transformadas em simples artigos de comercio e instrumentos de trabalho. O burguês vê sua mulher como mero instrumento de produção. O casamento é, na verdade, a comunidade das esposas. Os comunistas desejam introduzir, no lugar de uma comunidade de mulheres oculta e hipócrita, outra oficial e sincera. É evidente que, com a abolição das relações atuais de produção, também a comunidade de mulheres que delas decorem, quer dizer, a prostituição oficial e não oficial, desaparecerá.

Os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Para eles os trabalhadores não têm pátria. Não se lhes pode tomar uma coisa que não possui. Porém, ao conquistar o poder político, ao se constituir em classe dirigente nacional, o proletariado precisa-se constituir ele mesmo em nação; assim ele continua sendo nacional, embora de modo algum no sentido burguês.

À medida que a exploração de um indivíduo por outro for abolida também o será a exploração de uma nação por outra. Com o fim do antagonismo de classe no interior das nações, desaparecem também a hostilidade das nações.

Será necessária inteligência tão profunda para entender que, com a mudança das condições de vida das pessoas, das suas relações sociais, de sua existência social, também se modificam suas representações, concepções e conceitos, em suma, também sua consciência. 

As idéias dominantes de uma época sempre foram às idéias de uma classe dominante. O comunismo quer abolir as verdades eternas, suprimir a religião e a moral, em vez de lhes dar uma nova forma; portanto, ele contradiz toda evolução histórica anterior. A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade remanescentes; não é de se espantar que, em seu desenvolvimento, rompa-se de modo mais radical com as idéias do passado.

No lugar da velha sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surge uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto para o livre desenvolvimento de todos.



III Literatura Socialista de Comunista

1-O socialismo reacionário

a) O Socialismo Feudal

A aristocracia francesa e inglesa não podendo travar uma luta política contra a moderna sociedade burguesa, utiliza a literatura para lutar. Ela viu-se obrigada a deixar aparentemente de lado seus interesses específicos, passando a formular, contra a burguesia, acusações que eram de interesse da classe trabalhadora explorada. Dedicou-se, assim, ao prazer de compor canções injuriosas e sussurrar profecias mais ou menos sinistras no ouvido de seu senhor. Deste modo surgiu o socialismo feudal, com características do passado almejando um bom futuro.

Quando os feudais demonstram que sua forma de exploração era diferente daquela adotada pela burguesia, esquecem que eles exploram em circunstâncias e condições completamente diferentes, hoje existentes apenas como resquícios. Quando ressaltam que durante seu domínio não existia o proletariado moderno, esquecem que a moderna burguesia foi um fruto necessário de sua ordem social. Sob o regime da burguesia surge uma classe que vai mandar pelos ares toda a velha ordem social. Eles não acusam a burguesia de ter criado o proletariado, mas, sobretudo de ter criado um proletariado revolucionário.

b) O socialismo pequeno-burguês

A aristocracia feudal não foi à única classe derrubada pela burguesia e cujas condições de existência se degeneraram na sociedade burguesa moderna. Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essas classes ainda vegetam, ao lado da burguesia em ascensão. Há uma pequena burguesia entre o proletariado e a burguesia que no comércio, na manufatura, na agricultura, são substituídos por supervisores e empregados. 

O principal representante do socialismo pequeno-burguês é Sismondi. Esse socialismo esmiuçou as contradições inerentes às modernas relações de produção. Um socialismo que almeja restabelecer os antigos meios de produção e de circulação e com, eles, as relações de propriedade e a sociedade antiga, ou aprisionar violentamente os meios modernos de produção e de circulação nos marcos das antigas relações de propriedade, esse socialismo é utópico e reacionário. 



c) O socialismo alemão ou “verdadeiro” socialismo

Foi introduzida na Alemanha na época em que a burguesia apenas começara sua luta contra o absolutismo feudal. As expressões de vontade da burguesia revolucionária francesa significavam a verdadeira vontade humana. 

Os literatos procederam inversamente à literatura francesa profana. Escreveram atrás da critica francesa das funções do dinheiro “alienação da existência humana”, da critica francesa do Estado burguês “eliminação do poder da universalidade abstrata”, e assim por diante. O socialismo é diferente do capitalismo francês. O socialismo alemão levava a sério seus exercícios escolares e foi aos poucos perdendo sua inocência pedante.

Além de o verdadeiro socialismo ser uma arma na mão dos governos contrários a burguesia, ele também representou diretamente um interesse reacionário, o da pequena burguesia retrógrada. O “verdadeiro” socialismo serviu aos governos absolutos alemães e seu grupo de religiosos, professores, fidalgotes rurais e burocratas. Esse socialismo compreendeu cada vez mais sua vocação: ser o representante patético dessa pequena burguesia retrógrada.



2- O socialismo conservador ou burguês 

Esse socialismo burguês foi elaborado até formar sistemas completos. Os socialistas burgueses querem as condições de vida da sociedade moderna, sem os conflitos e os perigos que dela necessariamente docorrem. Desejam a sociedade atual, subtraindo dela os elementos revolucionários e que contribuem para sua dissolução. Querem a burguesia sem o proletariado. 

O socialismo burguês só atinge uma expressão adequada quando se reduz a uma simples figura retórica. Esse socialismo da burguesia reduz-se à afirmação de que os burgueses são burgueses, no interesse da classe operária.

3- O socialismo e o comunismo crítico-utópicos

Os sistemas propriamente socialistas e comunistas aparecem na primeira fase, pouco desenvolvida, da luta entre o proletariado e a burguesia. A evolução do conflito de classes acompanha o desenvolvimento da indústria, os socialistas e comunistas utópicos não encontram as condições materiais para libertação do proletariado e procuram uma ciência social, leis sociais, que crie essas condições.

Os escritos socialistas e comunistas contêm elementos críticos que atacam os fundamentos. A importância do socialismo utópicos esta e razão inversa ao desenvolvimento histórico. À medida que luta de classes se desenvolve e ganha formas mais definidas essa tentativa fantasiosa abstrai-se dela, perde todo valor prático e toda justificativa teórica.



IV – Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição



Os comunistas lutam pelos objetivos e interessem mais imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, representam no movimento atual o futuro do movimento. Na França se aliam ao Partido Democrata-Socialista contra a burguesia conservadora e radical sem abdicar do direto se posicionar criticamente frente a palavrórios e ilusões legadas pela tradição revolucionaria.

Na Suíça, apóiam os radicais, sem deixar de reconhecer que esse partido se compõe de elementos contraditórios: uma parte constituída de socialistas democráticos, no sentido Frances, outra de burgueses radicai.

Entre os poloneses, os comunistas apóiam o partido que coloca a revolução agrária como condição para a libertação nacional. Na Alemanha Partido Comunista luta a juntamente com a burguesia, sempre que ela assume posição revolucionaria contra a monarquia absoluta, a propriedade feudal e a pequena burguesia.

Os comunistas dirigem sua atenção principalmente para a Alemanha, porque o país esta às vésperas de uma revolução burguesa e porque essa reviravolta ocorre sob as condições avançadas da civilização européia, com o proletariado muito mais desenvolvido do que o da Inglaterra do século 17 e o da França do século 18. Por isso, a revolução burguesa alemã pode ser o prelúdio de uma revolução proletária. Os comunistas apóiam em toda parte todo movimento revolucionário contra as condições sociais e políticas atuais. Em todos esses movimento põem em primeiro lugar a questão da propriedade, independentemente da forma mais ou menos desenvolvida, que ela tenha assumido. Os comunistas trabalham por toda parte pela união e o entendimento entre os partidos democráticos em todos os países, não ocultam suas opiniões e objetivos.

REFERÊNCIAS



MARX, Karl, 1918-19883. Manifesto do partido comunista/Karl Marx e Friedrich Engels. - 1 ed.- São Paulo:Expressão Popular,2008.72p.





RESUMO: O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA

O MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA



O desenvolvimento histórico da burguesia como classe social, surgiu do declínio da sociedade feudal, mas não aboliram a sociedade de classes, as lutas históricas de classes. A moderna sociedade burguesa apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de lutas no lugar das antigas.

Como sempre houve a luta entre opressores e oprimidos, na nossa época de burguesia, mesmo com o antagonismo simplificado de classe há duas classes inimigas, diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.

As grandes navegações, as novas descobertas continentais fizeram com que através dos servos da Idade Média surgisse a burguesia livre das primeiras cidades. Com o mercado de trocas e o aumento do numero de mercadorias trouxeram uma prosperidade para o comércio, a navegação e a indústria e com isso desenvolveram elementos essenciais e revolucionários dentro da sociedade feudal em desintegração.

Com o surgimento de novos mercados a forma tradicional, feudal ou corporativa, de funcionamento da indústria não consegue abastecer as necessidades crescentes de consumo. Surge assim a manufatura. Então o mestre de corporações é substituído pelo pequeno industrial e a divisão do trabalho corporativo é substituída pelo trabalho no interior das oficinas.

Quando a manufatura já não consegue suprir o mercado consumidor cada vez mais crescente, o vapor e a maquinaria começam a revolucionar a produção industrial. Isso fez surgir à grande indústria moderna e no lugar dos pequenos produtores surgiu os grandes industriais que se tornaram milionários, chefes de exércitos industriais inteiros, esses eram os burgueses modernos donos dos meios de produção.

A burguesia moderna é produto de um longo processo, moldada por uma série de mudanças nas formas de produção, circulação. Já que com o seu desenvolvimento surge também a grande indústria, o mercado mundial, o desenvolvimento do comercio, das navegações e das comunicações. Cada uma dessas etapas de desenvolvimento da burguesia foi acompanhada por um processo político, o que fez sua própria evolução política, pois conquistou o domínio político exclusivo no estado representativo moderno. Isso porque a burguesia desenvolveu historicamente um papel revolucionário.

A burguesia inseriu no lugar da exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas uma exploração aberta, sem vergonha, uma relação de troca, dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca. Das relações feudais, patriarcais e idílicas foram transformadas em uma determinada liberdade de comércio. Assim todas as formas de trabalho forma resumidas ao trabalho assalariado, uma relação monetária.

A burguesia não existiria se não fossem suas grandes construções, suas revoluções e constantemente sem as relações de produção, os instrumentos para a produção, e por conseqüência as relações sociais. Ela exprime seu caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países, pela exploração do mercado mundial, onde desenvolve uma comercialização na qual quem produz o objeto industrializado não é quem produz a matéria prima. Isso faz com os produtos sejam vendidos para outros países e não só para o país industrializados, em contrapartida as matérias primas utilizadas pelas indústrias são provenientes das regiões mais distantes. 

Então, no lugar da auto-suficiência e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. As ciências, os produtos intelectuais, as literaturas passam a ter caráter mundial, ou seja, passa a ser de domínio geral. A burguesia molda assim o mundo ao seu bel prazer, a sua própria imagem, obriga as nações a adotarem o seu modo, força a introdução da chamada civilização, forçando todos a se tornarem burgueses. A burguesia criou cidades cada vez mais bonitas e prometedoras, submetendo o campo à cidade, causando o êxodo rural e o inchaço urbano. Assim, também submeteu alguns povos aos chamados civilizados, o Oriente sob o Ocidente, entre outros. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos, causa da centralização do poder político. Criou um único interesse de classe nacional e uma única fronteira aduaneira. Com o aumento da produção surge a livre concorrência. 

A epidemia da superprodução causa revolta das forças produtivas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que constituem as condições vitais da burguesia e de seu domínio. Nessas Crises grande parte não só da produção, mas também das forças produtivas são destruídas. Exemplo o que ocorreu com o café no Brasil, quando houve superprodução teve que ser queimadas várias sacas. 

A burguesia consegue superar crises pela destruição forçada de grande quantidade de forças produtivas, por meio da conquista de novos mercados e da exploração intensa de mercados antigos. Através da preparação de crises mais violentas e da limitação de formas de evitá-las. Assim a burguesia prova do próprio veneno que usou contra a sociedade feudal. E os homens usam as armas produzidas por ela contra ela: os trabalhadores modernos, os proletários.

Assim a classe dos trabalhadores modernos se desenvolve, com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital.  Esse proletariado são forçados a se vender diariamente, constituem como uma mercadoria qualquer, vulneráveis a todas as vicissitudes da concorrência da concorrência, a todas as turbulências do mercado. Os custos do trabalhador se resumem aos meios de subsistências de que necessita para se manter e se reproduzir. São oprimidos não apenas pelo Estado burguês, mas são oprimidos todos os dias e horas pela máquina, pelo supervisor e, sobretudo, pelos próprios donos da fábrica. Isso pelo objetivo único, o lucro. 

O trabalho dos homens é substituído pelo das crianças e mulheres, o salário varia conforme idade e o sexo. Assim os trabalhadores começam a se rebelarem, mas não contra o sistema, mas não contra o sistema e sim contra a exploração demasiada. Os trabalhadores começam a formar associações contra a burguesia, lutam juntos para assegurar seu salário. Fundam organizações permanentes, em alguns lugares ocorrem lutas e revoltas.

A burguesia vive em conflitos permanentes: inicialmente contra a aristocracia; mais tarde, contra segmentos da própria burguesia, cujos interesses passaram a se opor ao progresso da indústria dos demais países. A sociedade já não consegue mais viver sob o domínio da burguesia, isto é, a existência desta já não é mais compatível com a sociedade. De todas as classes que hoje se contrapõe à burguesia, só o proletariado constitui uma classe realmente revolucionaria. Já que as classes médias são conservadoras, reacionárias.



II- Proletários e comunistas

O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo dos demais proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada do domínio da burguesia, a conquista do poder político pelo proletariado. Assim, a supressão da propriedade não é algo que diferencia o comunismo. As relações de propriedade sempre passaram por mudanças e transformações históricas. Os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada.

Acusam os comunistas de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada por meio do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda liberdade, de toda atividade e de toda autonomia individuais. A propriedade, em sua forma atual, move-se no antagonismo entre capital e trabalho. 

O capital é transformado em propriedade comum, pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade individual que se transformou em propriedade social. Apenas o caráter social da propriedade se transforma. Ela perde seu caráter de classe.

Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é apenas um meio para ampliar, enriquecer e incentivar a existência do trabalhador. O capital é autônomo e pessoal, enquanto o individuo que trabalha não tem autonomia nem personalidade.

Alega-se, com a abolição da propriedade privada, toda atividade seria paralisada e a preguiça se disseminaria. A abolição da propriedade burguesa e a concepção burguesa de liberdade, educação, direito etc. Essas idéias são produtos das relações burguesas de produção e de propriedade, assim como o direito não é nada mais que a vontade de sua classe erigida em lei, uma vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vida da sua própria classe.

A família atual burguesa se baseia no capital, no lucro privado. Na sua plenitude, ela existe apenas para a burguesia; mas encontra seu complemento na ausência forçada de família entre os proletários e na prostituição. A família dos burgueses desaparece naturalmente, com o desaparecimento desse seu complemento, e ambos desaparecem com a abolição do capital.

Os comunistas são acusados de abolir a família. Também são acusados de desejar abolir a exploração das crianças pelos pais, crimes que eles confessam. Os comunistas não inventaram a interferência da sociedade na educação; eles apenas modificam seu caráter e tiram a educação da influencia da classe dominante.

O palavrório burguês sobre família e educação, sobre a relação estreita entre pais e filhos, tornam-se tanto mais repugnantes quanto mais a grande indústria rompe todos os laços familiares dos proletários e as crianças são transformadas em simples artigos de comercio e instrumentos de trabalho. O burguês vê sua mulher como mero instrumento de produção. O casamento é, na verdade, a comunidade das esposas. Os comunistas desejam introduzir, no lugar de uma comunidade de mulheres oculta e hipócrita, outra oficial e sincera. É evidente que, com a abolição das relações atuais de produção, também a comunidade de mulheres que delas decorem, quer dizer, a prostituição oficial e não oficial, desaparecerá.

Os comunistas são acusados de querer abolir a pátria, a nacionalidade. Para eles os trabalhadores não têm pátria. Não se lhes pode tomar uma coisa que não possui. Porém, ao conquistar o poder político, ao se constituir em classe dirigente nacional, o proletariado precisa-se constituir ele mesmo em nação; assim ele continua sendo nacional, embora de modo algum no sentido burguês.

À medida que a exploração de um indivíduo por outro for abolida também o será a exploração de uma nação por outra. Com o fim do antagonismo de classe no interior das nações, desaparecem também a hostilidade das nações.

Será necessária inteligência tão profunda para entender que, com a mudança das condições de vida das pessoas, das suas relações sociais, de sua existência social, também se modificam suas representações, concepções e conceitos, em suma, também sua consciência. 

As idéias dominantes de uma época sempre foram às idéias de uma classe dominante. O comunismo quer abolir as verdades eternas, suprimir a religião e a moral, em vez de lhes dar uma nova forma; portanto, ele contradiz toda evolução histórica anterior. A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade remanescentes; não é de se espantar que, em seu desenvolvimento, rompa-se de modo mais radical com as idéias do passado.

No lugar da velha sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surge uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto para o livre desenvolvimento de todos.



III Literatura Socialista de Comunista

1-O socialismo reacionário

a) O Socialismo Feudal

A aristocracia francesa e inglesa não podendo travar uma luta política contra a moderna sociedade burguesa, utiliza a literatura para lutar. Ela viu-se obrigada a deixar aparentemente de lado seus interesses específicos, passando a formular, contra a burguesia, acusações que eram de interesse da classe trabalhadora explorada. Dedicou-se, assim, ao prazer de compor canções injuriosas e sussurrar profecias mais ou menos sinistras no ouvido de seu senhor. Deste modo surgiu o socialismo feudal, com características do passado almejando um bom futuro.

Quando os feudais demonstram que sua forma de exploração era diferente daquela adotada pela burguesia, esquecem que eles exploram em circunstâncias e condições completamente diferentes, hoje existentes apenas como resquícios. Quando ressaltam que durante seu domínio não existia o proletariado moderno, esquecem que a moderna burguesia foi um fruto necessário de sua ordem social. Sob o regime da burguesia surge uma classe que vai mandar pelos ares toda a velha ordem social. Eles não acusam a burguesia de ter criado o proletariado, mas, sobretudo de ter criado um proletariado revolucionário.

b) O socialismo pequeno-burguês

A aristocracia feudal não foi à única classe derrubada pela burguesia e cujas condições de existência se degeneraram na sociedade burguesa moderna. Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essas classes ainda vegetam, ao lado da burguesia em ascensão. Há uma pequena burguesia entre o proletariado e a burguesia que no comércio, na manufatura, na agricultura, são substituídos por supervisores e empregados. 

O principal representante do socialismo pequeno-burguês é Sismondi. Esse socialismo esmiuçou as contradições inerentes às modernas relações de produção. Um socialismo que almeja restabelecer os antigos meios de produção e de circulação e com, eles, as relações de propriedade e a sociedade antiga, ou aprisionar violentamente os meios modernos de produção e de circulação nos marcos das antigas relações de propriedade, esse socialismo é utópico e reacionário. 



c) O socialismo alemão ou “verdadeiro” socialismo

Foi introduzida na Alemanha na época em que a burguesia apenas começara sua luta contra o absolutismo feudal. As expressões de vontade da burguesia revolucionária francesa significavam a verdadeira vontade humana. 

Os literatos procederam inversamente à literatura francesa profana. Escreveram atrás da critica francesa das funções do dinheiro “alienação da existência humana”, da critica francesa do Estado burguês “eliminação do poder da universalidade abstrata”, e assim por diante. O socialismo é diferente do capitalismo francês. O socialismo alemão levava a sério seus exercícios escolares e foi aos poucos perdendo sua inocência pedante.

Além de o verdadeiro socialismo ser uma arma na mão dos governos contrários a burguesia, ele também representou diretamente um interesse reacionário, o da pequena burguesia retrógrada. O “verdadeiro” socialismo serviu aos governos absolutos alemães e seu grupo de religiosos, professores, fidalgotes rurais e burocratas. Esse socialismo compreendeu cada vez mais sua vocação: ser o representante patético dessa pequena burguesia retrógrada.



2- O socialismo conservador ou burguês 

Esse socialismo burguês foi elaborado até formar sistemas completos. Os socialistas burgueses querem as condições de vida da sociedade moderna, sem os conflitos e os perigos que dela necessariamente docorrem. Desejam a sociedade atual, subtraindo dela os elementos revolucionários e que contribuem para sua dissolução. Querem a burguesia sem o proletariado. 

O socialismo burguês só atinge uma expressão adequada quando se reduz a uma simples figura retórica. Esse socialismo da burguesia reduz-se à afirmação de que os burgueses são burgueses, no interesse da classe operária.

3- O socialismo e o comunismo crítico-utópicos

Os sistemas propriamente socialistas e comunistas aparecem na primeira fase, pouco desenvolvida, da luta entre o proletariado e a burguesia. A evolução do conflito de classes acompanha o desenvolvimento da indústria, os socialistas e comunistas utópicos não encontram as condições materiais para libertação do proletariado e procuram uma ciência social, leis sociais, que crie essas condições.

Os escritos socialistas e comunistas contêm elementos críticos que atacam os fundamentos. A importância do socialismo utópicos esta e razão inversa ao desenvolvimento histórico. À medida que luta de classes se desenvolve e ganha formas mais definidas essa tentativa fantasiosa abstrai-se dela, perde todo valor prático e toda justificativa teórica.



IV – Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição



Os comunistas lutam pelos objetivos e interessem mais imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, representam no movimento atual o futuro do movimento. Na França se aliam ao Partido Democrata-Socialista contra a burguesia conservadora e radical sem abdicar do direto se posicionar criticamente frente a palavrórios e ilusões legadas pela tradição revolucionaria.

Na Suíça, apóiam os radicais, sem deixar de reconhecer que esse partido se compõe de elementos contraditórios: uma parte constituída de socialistas democráticos, no sentido Frances, outra de burgueses radicai.

Entre os poloneses, os comunistas apóiam o partido que coloca a revolução agrária como condição para a libertação nacional. Na Alemanha Partido Comunista luta a juntamente com a burguesia, sempre que ela assume posição revolucionaria contra a monarquia absoluta, a propriedade feudal e a pequena burguesia.

Os comunistas dirigem sua atenção principalmente para a Alemanha, porque o país esta às vésperas de uma revolução burguesa e porque essa reviravolta ocorre sob as condições avançadas da civilização européia, com o proletariado muito mais desenvolvido do que o da Inglaterra do século 17 e o da França do século 18. Por isso, a revolução burguesa alemã pode ser o prelúdio de uma revolução proletária. Os comunistas apóiam em toda parte todo movimento revolucionário contra as condições sociais e políticas atuais. Em todos esses movimento põem em primeiro lugar a questão da propriedade, independentemente da forma mais ou menos desenvolvida, que ela tenha assumido. Os comunistas trabalham por toda parte pela união e o entendimento entre os partidos democráticos em todos os países, não ocultam suas opiniões e objetivos.

REFERÊNCIAS



MARX, Karl, 1918-19883. Manifesto do partido comunista/Karl Marx e Friedrich Engels. - 1 ed.- São Paulo:Expressão Popular,2008.72p.







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